quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Nunca falta assunto neste nosso Brasil

Por Carlos Moura

Felizmente para nós, cronistas do cotidiano brasileiro, há personagens como o sr. M. A. Garcia, assessor internacional do presidente da República. Ele sempre aperfeiçoa suas manifestações públicas. Não faz muito tempo, por sua conta e risco, afirmou que o Brasil está pronto a dividir com seus "hermanos" os ganhos com o petróleo do pré-sal. Agora, com as dificuldades de crédito e a queda dos preços do petróleo, tanto a Petrobras, o PT e os "hermanos" terão que ficar mais calmos. Ou essa conta da generosidade petista vai ser passada para nós?

Mas há hermanos mais hermanos, essa é a conclusão a que chego ao ler a declaração do sr. Garcia sobre Rafael Correa: "O governo brasileiro tem elementos de convicção de que o Equador pagará sua conta de US$ 243 milhões com o BNDES e que o clima ruim entre os dois países estará melhor antes do dia 15". O sr. Garcia também atuou bastante para solucionar as disputas com a Bolívia, quando esse país expropriou as instalações da Petrobras. Qual foi o prejuízo para o contribuinte brasileiro? Isso nunca foi apresentado com clareza, mesmo sendo a Petrobras empresa de capital aberto. Ainda sobre nossa petroleira, assustam os números do crescimento das despesas com pessoal, principalmente originadas pela enxurrada de companheiros contratados nos últimos anos. Companheiros esses, que fazem generosas doações ao PT.

Mas podemos ficar tranqüilos, porque nosso presidente da República já reagiu aos comentários maldosos da oposição sobre empréstimos feitos pelo Banco do Brasil (também empresa de capital aberto) e pela CEF à Petrobras, além disso, o presidente não aceita que se diga que a Petrobras enfrenta problemas de gestão. Como sempre críticas não são rebatidas com fatos concretos e objetivos, mas com declarações de que se faz terrorismo.

Logo logo, os agentes da tropa de elite do Inspetor Geral T. Soninlaw revelarão para todos nós brasileiros os verdadeiros culpados por tudo isso: calote do Equador, dificuldades na Petrobr e, quem sabe, onde está o gravador usado contra o presidente do Supremo Tribunal Federal.

CARLOS MOURA escreve às quartas-feiras na versão impressa do DG