terça-feira, 27 de maio de 2008

Juíza federal fará palestra sobre atracação de cargueiros

A atracação de navios no porto é o tema da palestra que a Comissão de Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro da OAB/Santos organizará na próxima terça-feira, às 19h30.

A explanação, realizada pela juíza titular da 4ª Vara Federal de Santos, Alessandra Nuyens Aguiar Aranha, ocorrerá no auditório da entidade, na Praça José Bonifácio, 55, no Centro.

Os interessados em participar devem se inscrever na sede da instituição e pagar a taxa de R$ 10,00. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (13) 3226-5900.

Público poderá visitar navios-varredores

Os navios-varredores Albardão e Aratu, da Marinha do Brasil, virão ao Porto de Santos, onde poderão ser visitados pelo público no próximo domingo, das 14 às 17 horas. A entrada é franca.

As embarcações chegarão no sábado, atracando no Cais da Marinha, localizado entre os armazéns 27 e 29, nas proximidades da Avenida Siqueira Campos (Canal 4). Elas permanecerão na Cidade até o próximo dia 29.

Os dois navios, da Classe Aratu, são varredores de minas alemãs, adquiridos pelo Governo entre 1971 e 1975. Foram construídos com casco de madeira e materiais amagnéticos, medida necessária para reduzir a influência de seu casco nos equipamentos de detecção.

Porto receberá expedição da GM

O Porto de Santos será o ponto de partida, na próxima segunda-feira, para a expedição Chevrolet Flexpedition Portos Abertos, caravana patrocinada pela fabricante de veículos que irá percorrer 30 complexos portuários nacionais. A promoção comemora os 200 anos da Abertura dos Portos às Nações Amigas e os 100 anos da fundação da General Motors Corporation.

A viagem começará às 9 horas de segunda-feira, com a saída dos participantes — a bordo de um Chevrolet S10 Turbo Diesel 2.8, um Astra Hatch, um Vectra Elite, um Vectra GT, um Meriva Easytronic e um Tracker — da fábrica da General Motors do Brasil em São Caetano do Sul. Eles virão a Santos, onde se encontrarão com a diretoria da Codesp e farão um passeio de escuna pelo canal do porto.

Nessa primeira etapa da expedição, que segue até o próximo dia 30, a equipe também passará por São Sebastião (Litoral Norte do Estado) e, no Rio de Janeiro, por Paraty, Angra dos Reis, Sepetiba, Niterói e pela capital fluminense.

Segundo os organizadores, a escolha do trajeto é uma forma de destacar a importância dos complexos marítimos para o crescimento do País. ‘‘É essa influência, exercida pelos portos na formação econômica e cultural de nosso povo que a Chevrolet Flexpedition Portos Abertos pretende mostrar em sua expedição pelos principais portos brasileiros’’, destacou o vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto.

A Codesp confirmou que receberá o grupo da GM no pátio de sua sede, na Rua Rodrigues Alves, s/nº, em Santos

Ferrovia bate recorde em Santos

O crescimento do transporte ferroviário de cargas no Porto de Santos levou a Portofer, empresa responsável pelo serviço de trens no cais, a registrar dois recordes no mês passado. No último dia 27, foram descarregados um total de 609 vagões, 61 a mais do que a marca anterior. A companhia também comemora a movimentação histórica de 1,32 milhão de toneladas no mês.

Os dados foram divulgados ontem pela Unidade de Produção de Santos da América Latina Logística (ALL), grupo que controla a Portofer.

A expectativa da cúpula da ALL era que os recordes operacionais fossem atingidos somente nos próximos meses, com o início do transporte da safra de açúcar para o porto, por onde é exportada. Mas os volumes inéditos foram obtidos já com os carregamentos do complexo de soja (farelo, óleo e grãos). ‘‘Esse ano a demanda foi altíssima, mas só de grão. Sem o açúcar, já conseguimos quebrar o recorde. Quando chegar o açúcar, esperamos bater nos 750 vagões por dia’’, disse em entrevista por telefone a A Tribuna, na noite de ontem, o gerente da unidade de produção da ALL em Santos, Felipe Figueiredo.

Anteriormente, a movimentação máxima de carga em um único mês havia sido de 1,18 milhão de toneladas.

Segundo Figueiredo, estes resultados são explicados por uma ‘‘combinação de fatores’’. ‘‘Em 2008, serão R$ 9 milhões de investimentos nas linhas de chegada e também nas que operam dentro do porto. Obviamente, também contribuiu o investimento de alguns clientes nossos em capacidade de descarga, que, com isso, aumentaram a produtividade e a demanda por transporte’’.

Figueiredo destacou ainda os recursos aplicados na compra de vagões, o melhor planejamento de circulação e o fechamento de contratos maiores. ‘‘Sem essa demanda, o planejamento não serviria de nada’’.

GARGALOS

Questionado se os números estimulariam novos investimentos no cais santista, Figueiredo disse que a empresa tem essa pretensão, mas criticou a demora de alguns terminais para descarregar a carga.

‘‘O que a gente vê hoje, ainda, é que a rede de ferrovias consegue colocar um número grande de vagões dentro do porto e estes, em alguns momentos, ficam parados porque os terminais não têm uma produtividade tão boa assim. Na Margem Esquerda (Guarujá), nós conseguimos descarregar e devolver os vagões em uma velocidade maior. Mas na Margem Direita (Santos), ainda temos uma ineficiência muito grande de alguns terminais. Para investirmos e realmente trazermos vagões com força para o porto, precisamos ter uma garantia de que esses vagões serão descarregados rapidamente’’.

No transporte ferroviário, as grandes dificuldades encontradas atualmente são ‘‘colocar vagões no porto e conseguir descarregá-los’’, afirmou o gerente. Segundo ele, entretanto, a empresa deve conhecer o limite do sistema em breve. ‘‘Quando chegar o açúcar, vamos efetivamente chegar nesse limite. Só que, se passarmos do patamar que pretendemos (750 vagões por dia), os terminais não estarão aptos a descarregar’’.

Uma solução apontada para o problema de armazenamento de grãos é o aprofundamento do estuário santista. ‘‘Se o porto investir em um calado maior, seria possível que navios maiores atracassem aqui e esvaziassem esses armazéns mais rapidamente’’.

Atualmente, os principais produtos descarregados no Porto de Santos pela ALL são soja, farelo de soja, açúcar, milho, óleo vegetal, contêineres, calcário e lingote de alumínio. Destes, o complexo de soja representa 65% da operação. O açúcar fica com 30% e o restante soma 5%. A empresa conta com 1.000 funcionários, entre empregados e terceirizados, em todo o processo de transporte de cargas das regiões produtoras até o Porto de Santos.

Getúlio Vargas, o imortal

Por Carlos Moura

Uns dizem que é fato, outros que é uma piada, mas a o relato é o seguinte: consta que certo dia, Getúlio, no auge do poder, passeava pela avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, junto com alguns “aspones”, quando um deles, ao ver um guri na calçada, protagonizou este diálogo:

“Guri, vem cá! Tu sabes quem é esta pessoa (indicando Getúlio)?” Resposta: “Sei sim! É Getúlio Vargas, o imortal!”, e logo tivemos “Por que imortal?” e o “grand finale”: “Porque meu pai todo dia, quando abre a loja fala: ‘Tudo mundo morre, menos o filho da p.... do Getúlio!’” Pano rápido...

A cada dia, fico mais convicto que nem Getúlio imaginava quão duradoura seria sua imortalidade, quando, entre outras coisas, criou a estrutura de controle pelo Estado das relações “capital e trabalho”.

Exemplos: a transferência de recursos da contribuição sindical para as centrais sindicais sem nenhum controle pelo TCU ou outra entidade independente; o controle quase total do Ministério do Trabalho por um partido e sua controvertida central; o apoio paternal do BNDES à fusão – ainda ilegal – de empresas de telefonia; o desejo de salvar empresa do setor de eletrônicos a qualquer custo; dirigentes de agências reguladoras oriundos do sindicalismo e sem capacidade para ocupar tais cargos, fazendo declarações estapafúrdias; as operações nebulosas com os recursos do FAT e muitos outros casos.

Todos sustentados com o nosso dinheiro.

Há planos, também, para um avanço nos recursos do Sistema S.
Quando os seletos convidados da festa são questionados, a resposta pouca varia, ficando quase sempre na “perseguição política”.

Isso tudo me vem à mente quando os atuais candidatos à imortalidade apresentam planos para novos tributos, a ressurreição de outros ou a geração de “fundo soberano” num país que tem gastos públicos ineficientes e crescentes, contando quase só com a política monetária para controlar a inflação.

O pior de tudo está mostrado no estudo do Ipea, informando que rico no Brasil é quem ganha mais de R$ 4.000 por mês e que – via impostos indiretos – os mais pobres pagam a maior carga tributária.
Precisamos agir para haver menos dinheiro nas mãos dos governos.

CAP e Prefeitura debaterão rodízio

O impacto provocado no Porto de Santos pela restrição à circulação de caminhões na Capital será tema de uma reunião marcada para a próxima segunda-feira, na Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo. A informação foi obtida ontem durante a reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). O decreto que cria a Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC), assinado pelo prefeito Gilberto Kassab, contraria interesses econômicos nacionais, de acordo com o diretor de Infra-estrutura e Serviços da Codesp, Paulino Moreira Vicente.

‘‘A reunião foi pedida pelo Comitê de Logística (do Porto de Santos) e a proposta é que se mantenha o status quo que temos hoje e que não haja nenhum controle que penalize os caminhões que chegam ao Porto de Santos’’, disse o dirigente portuário.

Segundo Paulino, o objetivo é sensibilizar a Prefeitura de São Paulo por meio de uma exposição de balanços. ‘‘Estamos levando gráficos que informam o que representa o Porto de Santos na balança do comércio brasileiro e na movimentação de caminhões e quais seriam os impactos que teríamos nas rodovias, não só na Baixada Santista como também na Capital’’.

Para o secretário de Assuntos Portuários de Santos, Sérgio Aquino, não há justificativa plausível para a restrição. ‘‘Nós entendemos perfeitamente o problema de São Paulo, reconhecemos a necessidade de soluções, mas os estudos técnicos elaborados, inclusive com a participação da Prefeitura de Santos, demonstram que a retirada dos caminhões que transitam pela marginal (Pinheiros) e pela (Avenida dos) Bandeirantes trará um resultado praticamente desprezível para a melhoria do trânsito’’.

Participará da reunião, além de Aquino e Paulino, o presidente do CAP, Celso Quintanilha. Caso entre em vigor, em 30 de junho, o decreto restringirá o fluxo de caminhões nessas vias ao período das 21 às 5 horas.

Previstas para serem discutidas na reunião de ontem, as dificuldades enfrentadas pelas autoridades para criar o Centro de Excelência Portuária (Cenep) devem ser debatidas somente na próxima sessão, em junho.

Governo definirá novas regras até o dia 29

A Secretaria Especial de Portos (SEP) e a Codesp definiram o próximo dia 29 como a data-limite para a publicação das novas regras para a atracação de navios no Cais do Saboó, no Porto de Santos. Os dois órgãos vão se reunir com as empresas que atuam nessa região na próxima segunda-feira, em Brasília, para ajustar as mudanças.

O prazo final para o lançamento das normas foi determinado ontem, durante reunião na sede da SEP. A elaboração desses novos critérios foi determinada há mais de 150 dias, em 14 de dezembro do ano passado, pela juíza da 4ª Vara Federal de Santos, Alessandra Nuyens Aguiar Aranha.

A intervenção da juíza foi necessária pois a Deicmar, uma das empresas que operam no trecho, reclamou de ser preterida no regramento vigente. O Cais do Saboó tem quatro berços, sendo o último de uso exclusivo do Terminal para Contêineres da Margem Direita (Tecondi).

Atualmente, no ponto 1 do cais, a Codesp dá prioridade para a atracação aos navios de líquidos a granel e, em seguida, aos ro-ro (embarcações que transportam veículos e cargas especiais superdimensionadas). Tradicionalmente, o trecho é usado pelos cargueiros da Deicmar, apesar da Cutrale utilizar o local periodicamente.

No ponto 2, a preferência é para a parada de navios porta-contêineres, assim como no terceiro berço. Nesse trecho, porém, as operações da Rodrimar têm prioridade.

Ontem, a Docas e a SEP apresentaram aos operadores do Saboó as simulações para alterar o modelo de atracação de navios, mas os usuários do cais público tiveram dúvidas sobre o plano. O trabalho foi desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com a assessoria de imprensa da SEP, as empresas afetadas pela futura resolução fizeram diversos questionamentos sobre as simulações, o que resultou no agendamento de uma nova reunião na segunda-feira, provavelmente com a presença do ministro da SEP, Pedro Brito.

O encontro deverá ser o último antes da publicação das novas regras.

Na sessão de ontem, participaram o secretário-adjunto da SEP, José Roberto Serra, o presidente da Codesp, José Di Bella Filho, o diretor comercial da empresa, Carlos Kopitike, e empresários dos terminais portuários que operam no Saboó. Brito iria participar da reunião, mas não compareceu pois teve de acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a Santos.

Codesp inicia obras do viaduto

Começaram ontem as obras do Viaduto do Paquetá, um dos dois elevados previstos no projeto da Avenida Perimetral da Margem Direita do Porto de Santos. Os trabalhos estão concentrados na área do antigo Armazém II (2 externo), que fica na esquina da Avenida Eduardo Guinle com a Rua João Pessoa. O imóvel foi demolido para a construção da pista expressa.

Erguida com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Perimetral irá facilitar o tráfego de veículos na área portuária, eliminando os principais cruzamentos rodoferroviários na região dos armazéns. Isso será possível com a construção dos viadutos, que serão implantados exatamente onde a via portuária é “cortada” pelas linhas de trem. Com a obra, os vagões poderão seguir, sem interromper o tráfego de carros e caminhões, que passarão pelos elevados.

Ontem, na área do Armazém II, as equipes de trabalho iniciaram a perfuração do solo para o estaqueamento do viaduto, que terá 500 metros de extensão. A pista começará no local do antigo galpão e continuará com uma bifurcação em Y, com uma via seguindo o trajeto da avenida, terminando atrás dos terminais açucareiros, e a outra indo para a área dos armazéns.

O projeto da Perimetral também prevê um segundo elevado, a ser implantado na região de Outeirinhos a partir de julho. As duas obras devem ser entregues até maio do próximo ano, segundo a Codesp.

Tokio Marine pode abrir Resseguradora no Brasil

Com a abertura do mercado de resseguros, a Tokio Marine Seguradora estuda a possibilidade de trazer a resseguradora do grupo para atuar no Brasil como admitida ou eventual. ´Nós temos interesse já que é um mercado promissor, mas ainda estamos estudando qual seria a melhor forma de nos instalarmos aquil´, Felipe Smith, diretor corporate da seguradora.

A companhia está vivendo um novo momento com a chegada de dois novos executivos: Sergio Luiz Tomaz Camilo, vice-presidente comercial, e Marcelo Goldman, diretor de produtos massificados. Ambos chegaram com a missão de alavancar a companhia no mercado de seguros.


"Queremos crescer através de uma base maior de corretores - atualmente são 10 mil corretores ativos - e ampliação no número de filiais em cerca de 20 até 2009 - hoje são 55 filiais espalhadas pelo Brasil´, afirma Camilo.


A carteira de automóveis é um dos segmentos que está na mira da seguradora. ´No ano passado, o mercado de seguros de automóveis ficou estável, uma vez que os preços caíram cerca de 15%. Com a estabilização do preço este ano, pretendemos avançar cerca de 15%, porém em cima de uma base maior´, ressalta o diretor de produtos massificados da Tokio Marine.


Além disso, a companhia alterou o questionário para identificação de risco, chamado na Tókio Marine de Questionário de Bom Risco (QBR). ´Ampliamos o número de perguntas de quatro para nove a fim de precificar melhor o risco. Além disso lançamos um questionário segmentado para automóvel, caminhão e motocicletas´, completa Goldman.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Presidente da Tókio Marine diz que quer expandir atuação no Brasil

O presidente da Tokio Marine Seguradora, Ryoji Fujii, esteve presente em Salvador, no evento de inauguração do novo posto do Top Service na cidade, no último dia 15 de maio. O executivo falou sobre as expectativas da empresa para 2008, para a gestão do novo vice-presidente, Sérgio Camilo, e para 2009, quando a Tokio Marine completará 50 anos no Brasil.

A festa de inauguração aconteceu na própria sucursal da Seguradora, que a partir de agora passa a ser o oitavo posto de atendimento do Top Service. O serviço é uma super cobertura da Tokio, para oferecer ao segurado completo conforto e segurança. Nos casos de indenização o cliente se dirige ao posto e em 20 minutos realiza o aviso de sinistro, a vistoria, o relatório de reparos e já sai com um carro reserva.

Fujii faz questão de frisar que a empresa está passando por uma completa reformulação, e por conta disso nesse ano haverá novas campanhas de serviços e divulgação da seguradora. “Estamos empenhados em reformular nosso negócio, e por isso as expectativas para 2008 são as melhores. Queremos expandir nossa área de atuação e nossas coberturas, estar mais presente e em mais locais no Brasil”, explica.

O executivo ainda diz que o novo vice-presidente, Sérgio Camilo, vem afirmar a nova fase da Tokio Marine de renovação. “Ele está muito focado no nosso objetivo, e isso é decisivo para os nossos projetos desse ano. Iremos atuar em conjunto para fortalecer a empresa em todo território”, diz Fujii.

A intenção da Seguradora em expandir sua atuação no Brasil deve-se também ao fato de que em 2009 serão comemorados os 50 anos da empresa por aqui. Justamente por essa razão a preocupação da Tokio com o país. A respeito disso, o presidente enfatiza mais uma vez que os novos negócios já estão em andamento para que no próximo ano já estejam consolidadas mais sedes da empresa, garantindo um ano próspero de atuação no mercado.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Senado defende maior transparência com Portus

O Senado Federal defende uma gestão melhor e mais transparente do repasse de recursos das companhias docas ao Portus, o fundo de pensão dos portuários. A medida, revelada ontem pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), é uma das condições para a União estudar a quitação do passivo das estatais portuárias com a entidade previdenciária.

O Portus tem a receber entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,5 bilhão das administradoras portuárias, empresas patrocinadoras do fundo e responsáveis pelo pagamento de parte da complementação da aposentadoria dos trabalhadores (a outra parte é quitada pelos empregados das estatais).

Segundo o senador paulista, o Governo Federal se comprometeu a repassar cerca de R$ 400 milhões no Portus, como medida para extinguir o risco iminente de falência do órgão. Ele afirmou, no entanto, que ainda está em discussão a forma como o aporte de recursos ocorrerá.

Questionado sobre a quitação do passivo, Mercadante destacou que primeiro há necessidade das 14 companhias docas melhorarem a gestão do repasse ao fundo. Depois, disse ele, será discutido como liquidar as dívidas restantes.

O senador também defendeu a participação da iniciativa privada que atua nos portos nesse processo. Para ele, ‘‘está na hora dela sentar na mesa’’, uma vez que ela não assumiu nenhuma contrapartida trabalhista quando as áreas foram arrendadas, com a modernização do setor (iniciada na década passada).

Mercadante quer retirada de emendas da MP do Reporto

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou ontem que as emendas propostas à Medida Provisória (MP) 412, que prevê a prorrogação do programa Reporto até 2011, poderão ser excluídas do texto e analisadas através de um projeto de lei. A estratégia visa reduzir o tempo de tramitação da MP, já que seu prazo de validade termina no próximo dia 6.

A estratégia foi defendida pelo senador ontem, em Santos. Ele afirmou que a principal preocupação é o prazo exíguo para votação da MP. ‘‘Se não votarmos nesta semana, que tem feriado, fica para a próxima. Mas começa a ficar apertado para votação com as emendas’’, disse.

Para o senador, uma das saídas é a separação da proposta de ampliar o Reporto das emendas. ‘‘Essas inclusões podem ser tratadas em um projeto de lei. Com isso, podemos discutir as emendas com mais tempo’’, revelou.

Na visão do parlamentar, a criação de um projeto de lei é uma das formas para restringir à MP somente o que trata sobre o Reporto, ou seja, a isenção de impostos para importação de equipamentos para a modernização de terminais portuários.

A MP 412 é considerada polêmica justamente pela inclusão de uma questão que não é pertinente ao tema. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) propôs uma emenda que, se aprovada, possibilitará que empresas interessadas na instalação de portos privativos não precisem comprovar a existência de carga própria, exigência da Resolução 55, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Brito

No último domingo, em entrevista a A Tribuna, o ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, afirmou que acredita na votação da MP antes do prazo de vencimento.

Questionado sobre a proposta da senadora Kátia Abreu, ele respondeu que ‘‘a iniciativa privada poderá investir em terminais dentro dos portos organizados, que é o nosso maior interesse, e eventualmente, quando necessário, investir também em terminais privativos para carga própria. E a carga de terceiros poderá ser operada em condição subsidiária’’.

CAP debaterá solução para o Cenep

Será discutido hoje, durante a reunião ordinária do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), uma solução para o impasse que impede a implementação do Centro de Excelência Portuária (Cenep) em Santos.

Um dos principais problemas enfrentados pelo Cenep é o fato de ele ainda não ter sido, de fato, criado. Também pesa contra a viabilização do projeto a não liberação de recursos necessários para o efetivo início das atividades.

O montante da ordem de R$ 990 mil, reservado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), continua retido porque a União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (Uniesp) não depositou a contrapartida ao financiamento, no valor de R$ 198 mil.

Procurada diversas vezes pela reportagem, a assessoria de imprensa da Uniesp não enviou resposta sobre o motivo que leva a entidade a atrasar o envio da verba.

De acordo com o diretor de qualificação do FAT, Marcelo Aguiar, sem o aporte da Uniesp o FAT não pode liberar o montante destinado ao Cenep. ‘‘Sem a contrapartida, não tem como liberar. O Ministério do Trabalho é obrigado a seguir o trâmite legal’’, disse Aguiar. Segundo o órgão, a demora pode resultar ainda na perda de toda a verba, que está garantida até o final do ano.

Fausto Figueira, superintendente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), diz que até o momento não há novidades sobre o Cenep.

O primeiro curso do Cenep — com o tema Segurança do Trabalho — estava previsto para começar neste mês. No entanto, devido aos problemas ainda sem solução, não há, até o momento, data definida para o início das aulas.

Stolthaven inicia projeto de R$ 30 mi

Apostando na ampliação do Píer da Alemoa para escoar seus produtos, a Stolthaven iniciou a expansão do seu terminal naquela região do Porto de Santos. A empresa planeja investir cerca de R$ 30 milhões para elevar a capacidade de tancagem em quase 25%.

De acordo com o gerente geral da Stolthaven, Mike Sealy, atualmente, o terminal é capaz de armazenar 103 mil metros cúbicos de graneis líquidos. Com a ampliação, a capacidade alcançará 125 mil metros cúbicos.

A obra permitirá que a empresa possa movimentar cerca de 2 milhões de metros cúbicos por ano. No ano passado, a operadora foi responsável pelos embarques e desembarques de 1,5 milhão de metros cúbicos. ‘‘Esse potencial será atingido a partir de 2009’’, contou Sealy, que também é diretor da Associação Brasileira de Terminais de Líquidos’’, disse.

A expectativa do empresário é que a ampliação do terminal, que terá 14 novos tanques para etanol e químicos, seja concluída em abril do próximo ano. ‘‘Nós continuamos acreditando que as obras necessárias para a expansão do porto têm de ser feitas para que o investimento das empresas não seja perdido’’, analisou.

OTIMIZAÇÃO

O gerente geral da Stolthaven afirmou que a mudança em suas instalações na Alemoa vai permitir a melhoria do fluxo de caminhões. ‘‘O terminal vai ter uma capacidade muito melhor de gerenciar o trânsito interno. A circulação internamente vai ser muito mais rápida’’, comentou.

Outra novidade é que a obra não se restringirá aos tanques de armazenamento de líquidos. Mike Sealy contou que o projeto prevê a criação de um pátio para 60 caminhões. ‘‘É um modo de não levar o caminhão a ficar esperando e formando fila do lado de fora, nas ruas da Alemoa’’, concluiu.

Ampliação do píer será necessária a partir de 2012

A ampliação do Píer da Alemoa, no Porto de Santos, terá de ficar pronta até 2012 para não inviabilizar os investimentos das empresas instaladas no Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa (Tegla). Até lá, as instalações deverão aumentar em 25% a sua capacidade de armazenamento.

Atualmente, os terminais da Alemoa podem guardar até 720 mil metros cúbicos, afirmou o gerente geral da Stolthaven e diretor da Associação Brasileira de Terminais de Líquidos (ABTL), Mike Sealy.

Já em três ou quatro anos, o potencial de armazenamento deve chegar a 900 mil metros cúbicos. ‘‘As empresas estão se preparando para investir. Algumas até já começaram. Mas se a infra-estrutura não acompanhar, se tornará um gargalo a partir de 2012. Ou então continuaremos a ser somente o país do futuro’’, avaliou o executivo.

A expansão da infra-estrutura do Píer da Alemoa será necessária especialmente para que as empresas possam atender a exportação de álcool, produto que também passará a chegar a Santos através de um alcoolduto de 1.120 quilômetros projetado pela Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco). A empresa pretende investir US$ 1 bilhão na instalação das tubulações, que deve entrar em operação em 2011.

Embora a Brenco não tenha definido uma área do porto para escoar a produção, oriunda dos estados de Mato Grosso e Goiás, a Alemoa é uma opção natural, pois lá estão os principais terminais de líquidos do complexo. A empresa estuda construir ou associar-se a uma instalação portuária na Cidade, por onde exportará 4 milhões de metros cúbicos de etanol por ano.

Para Mike Sealy, além da infra-estrutura, é imprescindível que haja a realização da dragagem de aprofundamento do Canal do Estuário, acesso aos terminais marítimos da Cidade.

‘‘Por enquanto, queremos que haja um aumento de profundidade para 15 metros nos berços e 20 metros na calha de navegação’’, afirmou o executivo portuário, ao concluir que, embora não seja desejável, no momento a profundidade entre 10 e 11 metros atende as necessidades do setor.

ABTL aceita projeto de novo píer

A Associação Brasileira de Terminais de Líquidos (ABTL) aceitou que a ampliação do Píer da Alemoa, no Porto de Santos, com a construção de dois berços, seja feita em direção ao fundo do Canal do Estuário, e não no sentido oposto, como a entidade desejava. Orçada em R$ 65 milhões, a opção escolhida para a obra é 132% mais cara que a original. Essa diferença terá de ser compensada pela Codesp, seja com a aplicação de recursos ou com a identificação de meios para suprir o adicional.

A extensão do píer no sentido Capital foi definida durante reunião na sede da Codesp no início do mês. Além de membros da ABTL e da Autoridade Portuária, também participaram da discussão representantes da Brasil Terminal Portuário (BTP), que se prepara para implantar um terminal de contêineres na região do Saboó, ao lado da Alemoa. Uma eventual ampliação do píer em direção à Ponta da Praia poderia causar conflitos com o empreendimento da BTP.

Em setembro do ano passado, a ABTL entregou à Codesp um estudo feito pela empresa Planave com três alternativas para a ampliação do cais da Alemoa. A primeira, encampada pelas firmas que compõem a associação, custaria R$ 28 milhões.

A opção secundária previa a construção de dois berços no espaço entre a base do píer da Alemoa e a terra firme. Nesse caso, o investimento previsto seria de R$ 63 milhões. Por fim, a terceira opção é continuação do berço número 1 do píer (sentido Capital), em uma área que precisará de uma maior dragagem do canal de navegação.

Segundo o presidente da ABTL, Ary Serpa, ‘‘com o advento do terminal da BTP, cujo projeto prevê uma linha de cais que praticamente se junta aos berços 3 e 4 (da Alemoa), nosso projeto fica inviabilizado na forma em que havia sido previsto e aprovado pelos associados (o prosseguimento em direção à Ponta da Praia). Só nos resta construir os berços a montante do píer existente (extensão para o lado da Capital), o que mais do que dobra o valor do investimento’’.

Serpa disse ainda que, além do custo adicional, a alternativa mais recente demanda uma série de serviços complementares, como a realização da dragagem e o cruzamento das tubulações por meio dos píeres 1 e 2 da Alemoa, dedicados exclusivamente à Transpetro.

RECURSOS

Para a primeira opção de ampliação, os associados da ABTL tinham se predisposto a arcar com o custo integralmente. Mas, como a alternativa delineada vai exigir
R$ 37 milhões a mais que o previsto, o presidente da associação destacou que esse investimento precisará ser financiado de alguma forma. Ele lembrou que, no passado, quando o estudo foi entregue à Docas, a última diretoria havia se comprometido a identificar a fonte de recursos para esse adicional.

Para que a terceira alternativa seja viável, o presidente da associação afirmou que é necessário haver uma compatibilização com a operação da Transpetro, já que as tubulações terão de percorrer parte dos berços explorados pela subsidiária da Petrobras. E ainda que a construção dos berços da BTP ocorra ao final da ampliação do píer da Alemoa.

Serpa revelou que, para compatibilizar as operações entre a BTP e a Transpetro, o departamentos técnicos da ABTL vai se reunir nos próximos dias para detalhamentos dos projetos em desenvolvimento. Também está previsto um encontro com a participação de equipes da Codesp. Procurada, a Docas afirmou que estuda o assunto.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Vítima dorme e ladrões levam 160 Kg de carne

Enquanto dormia no interior de um caminhão, o motorista Claudemir Lima Rehder, de 36 anos, teve roubada do veículo parte da carga de carne bovina que transportava. O delito aconteceu ontem de madrugada, na Avenida Bandeirantes, na Alemoa.

Funcionário de uma transportadora de Nova Andradina (MS), Claudemir alegou no 1º DP de Santos que um dos ladrões o ameaçou com faca. Segundo ele, enquanto esperava o horário para descarregar o produto no Porto, estacionou para descansar.

O baú-frigorífico do caminhão teve o lacre arrombado e desse compartimento foram levados oito pacotes de carne bovina, pesando 20 quilos cada. Outro caminhoneiro percebeu o crime e alertou a vítima. Ao acordar e tentar evitar o delito, Claudemir foi ameaçado. Os marginais fugiram.

Quadrilhas continuam a agir

Setores ligados à Segurança Pública e a empresas transportadoras, com base em estatísticas questionáveis, anunciam a queda dos roubos e furtos de cargas na região como forma de transmitir mais confiança a importadores e exportadores que se utilizam de terminais do Porto de Santos. Porém, a frequência desses crimes demonstra que as ações dos ladrões continuam a todo vapor. Somente ontem de madrugada, dois casos foram registrados. Ninguém foi preso.

O crime mais grave aconteceu por volta das 4h30. Cerca de quatro homens invadiram a empresa Santos Transporte, na Rua Boris Kauffmann, 323, no Chico de Paula, e renderam o porteiro e um motorista, trancando-os no banheiro. Em seguida, o bando roubou uma carreta-tanque carregada com diisocianato de tolueno (TDI), produto químico — tóxico e inflamável — utilizado como matéria-prima na produção de espuma flexível de poliuretano.

Os marginais estavam com um caminhão Volvo amarelo, no qual engataram a carreta-tanque. Além do TDI, a quadrilha roubou da transportadora uma picape Chevrolet Montana e um cofre com documentos. Por volta das 7 horas, o Volvo e a carreta foram achados abandonados no Km 267 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni. O caminhão pegava fogo na traseira, mas bombeiros debelaram as chamas antes que elas se alastrassem para a carga inflamável.

O TDI foi avaliado em R$ 250 mil e, por não ser um produto comum, é bastante provável que ele tinha receptador certo, ligado à área química. A Montana e o cofre não foram localizados, bem como dois celulares dos funcionários da empresa. O Volvo não registra queixa de furto ou roubo e a sua procedência está sendo apurada. O caso foi registrado no 1º DP, mas deverá ser apurado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

Destaques
Recentemente, o delegado Alexandre Aranha, da DIG, identificou uma quadrilha acusada de furtar ferro que chegou ao Brasil pelo Porto de Santos.

Avaliado em US$ 3 milhões, o produto estava acondicionado em contêineres e foi importado do Chile e da África do Sul pela empresa de aço Villares.

Codesp prepara demolição de armazém

O antigo Armazém II-A (2-A externo), atualmente utilizado como pátio para os caminhões de associados ao Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da Baixada Santista (Sindicam), será demolido para dar espaço à construção do Viaduto do Paquetá, na junção da Rua João Pessoa com o sistema viário do porto. Em contrapartida, a entidade já recebeu duas áreas da Codesp para abrigar os veículos de seus associados.

De acordo com o diretor de Infra-estrutura e Serviços da Codesp, Paulino Moreira Vicente, a construção do viaduto seria inviável sem a desocupação do terreno, de aproximadamente 8 mil metros quadrados, localizado em frente ao prédio do Tráfego da Codesp, no Paquetá. O espaço é fundamental para a inclinação do elevado.

Por isso, a Docas cancelou o Termo de Permissão de Uso (TPU) para utilização da área e elaborou um novo acordo, na última semana, transferindo duas novas áreas para o sindicato. A primeira tem 2.165 metros quadrados e fica na esquina da Rua Aguiar de Andrade, com acesso pela Avenida Xavier da Silveira (um dos trechos da Perimetral) e pela Rua General Câmara. O terreno é vizinho à unidade do Corpo de Bombeiros no Paquetá e fica de frente para o pátio da Transportadora Cortês.

A outra área tem 4 mil metros quadrados e fica na Rua Alfaia Rodrigues, na Ponta da Praia, nas proximidades da Avenida Mário Covas (ex-dos Portuários).

A liberação total do II-A não deve acontecer imediatamente. Segundo o diretor da Codesp, ainda há alguns caminhões que permanecerão no local e só devem sair nos próximos dias. No antigo armazém também há uma bomba de combustível para abastecer os veículos, que terá de ser retirada pela Petrobras. Tais medidas, porém, não devem prejudicar as obras, garante o diretor da Docas.

TRÂNSITO

A pista da Rua João Otávio dos Santos, no Paquetá, que margeia o muro do II-A já está interditada para a obra. O viaduto irá avançar sobre essa faixa e sobre metade do terreno do antigo armazém.

O restante da área será usado para a construção de uma pista de serviço, que absorverá o tráfego enquanto a obra não estiver pronta, liberando assim a pista de saída do porto, utilizada para a ampliação do futuro terminal do Grupo Itamaraty, arrendatário do Armazém 12-A, ao lado do prédio do Tráfego.

‘‘Quando isso acontecer, o trânsito de entrada será feito pela Rua João Otávio e o de saída, na pista auxiliar, que será feita pela Itamaraty’’, disse Paulino Vicente.

Obras de viadutos começam 3ª-feira

A Codesp vai dar início nesta terça-feira à construção das chamadas obras de arte da Avenida Perimetral da Margem Direita do Porto de Santos. Serão erguidos dois viadutos, que irão eliminar cruzamentos rodoferroviários em duas regiões do complexo marítimo. Eles devem ser entregues até maio do próximo ano.

O primeiro elevado será construído no Paquetá, na junção do sistema viário do porto com a Rua João Pessoa. A pista passará por cima do acesso à zona urbana, dividindo-se em duas: uma de ligação à Avenida Eduardo Guinle, enquanto a outra segue em direção à pista da Perimetral, que passará por trás dos armazéns açucareiros.

Segundo o diretor de Infra-estrutura e Serviços da Codesp, Paulino Moreira Vicente, os preparativos para essa parte do projeto começam amanhã, com a chegada do primeiro equipamento para estaqueamento do viaduto. Um segundo aparelho chegará ao complexo 15 dias depois.

Os aparelhos encomendados utilizarão uma tecnologia diferente da aplicada em edificações de grande porte. Ao invés do sistema bate-estaca, as máquinas vão montar as vigas ao mesmo tempo em que perfuram o solo. ‘‘À medida que esses equipamentos jogam a terra para fora, eles injetam betonita (um tipo de pedra) com argamassa. Depois, entra a ferragem, dando uma qualidade igual ou superior às estacas prontas, só que sem nenhum dano ao terreno e ao entorno, como ocorreria com o impacto do bate-estaca. O estaqueamento é feito dentro da terra’’, explicou Vicente.

No Viaduto do Paquetá serão implantadas 130 estacas subterrâneas, com diâmetro entre 70 centímetos e 1,2 metro. Externamente, haverá 10 pilares de sustentação da pista suspensa, que terá 500 metros de extensão. O vão máximo entre as colunas será de 40 metros, permitindo a passagem do tráfego ferroviário.

A expectativa é que a construção seja encerrada em nove meses, portanto, até março de 2009.

SANTA

O segundo viaduto será construído nas imediações da Praça Nossa Senhora de Fátima (a Santa), em Outeirinhos. Seu acesso será feito pela pista da Avenida Perimetral que passa por trás dos terminais açucareiros. A pista prosseguirá à Avenida Eduardo Guinle, oferecendo um retorno ao motorista.

Com o elevado, será eliminada a passagem de nível da atual via portuária, na direção da Avenida Senador Dantas, no Macuco.

O estaqueamento desta parte do projeto deve começar em dois meses, quando as estacas estarão prontas. ‘‘Quando estivermos próximos de terminar a base do viaduto da João Pessoa, vamos tirar um dos equipamentos para começar a obra na Santa. E é por isso que esta etapa vai terminar em um mês, 45 dias depois da primeira’’, explicou o diretor.

Alfândega arrecada R$ 6,4 milhões

Embora não tenha sido alcançado o objetivo de vender pelo menos a metade dos 230 lotes colocados a leilão nos últimos dois dias, a Alfândega de Santos obteve ágio de 86% sobre os 88 lotes arrematados. Foram pagos R$ 6.463.380,00, sendo que o valor mínimo para compra desses produtos era de R$ 3.477.770,00. O valor mínimo de todos os produtos à venda era de R$ 9,6 milhões.

Mesmo sendo arrematada pelo valor mínimo, uma impressora off-set (para gráfica) avaliada em R$ 500 mil foi a aquisição mais cara.

O maior ágio foi registrado na venda de um carregamento de materiais mistos, cujo valor mínimo era de R$ 23 mil. O conjunto — composto por tesouras de aço, bolsas, ferramentas, malas de viagem, fones de ouvido e suportes para quadros — foi comprado por R$ 405 mil, com ganho de 1.660%. Segundo agentes da Aduana, os artigos provavelmente servirão para abastecer lojas de comércio popular.

No leilão, também foram ofertados artigos eletrônicos, de informática, químicos, peças de mármore, máquinas e equipamentos industriais à disposição das 106 empresas habilitadas para o leilão.

Dos recursos obtido pela Aduana com as vendas, 60% serão destinados ao Fundo de Aperfeiçoamento da Atividade Fiscal, sendo investidos na estrutura de treinamento e administração da Receita Federal. O restante segue para a Seguridade Social.

Segundo o presidente da Comissão Permanente de Leilões, Haroldo José Parri, os lotes que não foram arrematados terão o valor de mercado reavaliado para que possam ser ofertados em futuros leilões.

Santos recebe navio ro-ro capaz de levar 6 mil carros

O navio ro-ro Morning Composer, da armadora Eukor, realizou ontem a sua primeira escala no Porto de Santos, a quarta desde o seu lançamento na Coréia do Sul, no último dia 26 de março. A embarcação é uma das maiores do gênero em operação no mundo, com capacidade para transportar até 6 mil carros.

De bandeira do Panamá, o Morning Composer chegou à região na noite da última quinta-feira. A embarcação veio direto do Porto de Vitória, no Espírito Santo, onde estreou em águas brasileiras. Lá, foram desembarcados 4 mil carros, que foram carregados em terminais da Coréia e do Japão.

No complexo portuário santista, o Composer recebeu 325 veículos de grande porte, entre ônibus e tratores, e 20 automóveis. A operação foi realizada ontem, no cais do Armazém 32 (na direção do Canal 5).

De acordo com o gerente comercial da armadora Eukor no Brasil, Gerson Furlaneto, o navio deverá voltar a Santos entre dois e três meses. Hoje, a embarcação está a caminho do Porto de Montevidéu, no Uruguai.

Furlaneto comentou que, embora o novo ro-ro demore mais para retornar ao cais santista, a armadora terá escalas de seus navios na cidade pelo menos uma vez por mês. Em todo o mundo, segundo ele, a Eukor possui 90 embarcações do gênero.

O Composer tem 197 metros de comprimento e 32 metros de largura. O calado é de sete metros, o que possibilita a sua navegação pelos principais portos do País e do mundo. A embarcação tem 12 decks (andares) para a distribuição dos veículos.

Codesp investirá R$ 4 mi no porto

A Codesp planeja investir R$ 4 milhões no plano de segurança do Porto de Santos este ano. Os recursos serão aplicados na manutenção e na operação de equipamentos de vigilância e no cadastramento de usuários, medida necessária para seu acesso ao cais.

Até a última semana, essas medidas (exceto a operação dos aparelhos de segurança) eram uma responsabilidade da Associação Profissional dos Usuários dos Portos do Estado de São Paulo (Apupesp). A companhia docas rescindiu o contrato com a entidade por considerar que ela não teria recursos suficiente para realizar os investimentos exigidos.

Segundo o presidente da Codesp, José Di Bella Filho, ‘‘essa programação vai ser paga com dinheiro da companhia. É recurso próprio’’.

INSPEÇÃO

O presidente garantiu que o plano de segurança está ‘‘operacional. Tudo está em condições de operação’’. Segundo ele, falta agora credenciar os usuários que ainda não estão registrados. ‘‘Podemos dizer que saímos do caminho crítico. Agora, nos resta fazer a manutenção e a operação’’.

Mas ainda não há previsão de quando Santos será certificado como um porto adequado ao ISPS Code (norma da Organização Marítima Internacional que exige a implantação de programas de segurança nos complexos marítimos). Esse reconhecimento é obtido a partir de uma inspeção da Comissão Nacional de Segurança nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), órgão do Governo Federal que avalia a implementação dessas medidas de vigilância.

Procurado, o presidente da Conportos, Ézio Borghetti, afirmou que o colegiado deve elaborar na próxima semana um novo cronograma de visitas aos portos brasileiros, entre eles Santos. ‘‘Ainda não sabemos quando vão ser as inspeções. Podem ser em 30, 90 dias. Mas antes, devemos fazer uma visita técnica em Santos para ver se o plano de segurança precisa de algum ajuste’’, concluiu.

SAIBA MAIS

Campos deixa Comissão
A Comissão Nacional de Segurança nos Portos e Vias Navegáveis (Conportos) não conta mais com a direção de João Carlos Cardoso Campos, que este mês completaria quatro anos à frente do órgão interministerial. Campos deixou a presidência interina da Conportos, no dia 1º de fevereiro, por ‘‘questões pessoais’’. Segundo ele, os atrasos na implantação do ISPS Code em alguns portos se devem à gestão não profissional das administrações. ‘‘A tradição da gestão portuária no Brasil não tem essa formação vocacionada. Mas parte da administração de um porto tem de ser profissionalizada e isso não se cria da noite para o dia’’.

Aduana vende 41 lotes no primeiro dia de leilão

A Alfândega de Santos conseguiu vender 41 dos 115 lotes ofertados ontem, no primeiro dia do seu leilão de mercadorias apreendidas. Os 74 carregamentos que não despertaram interesse poderão ser arrematados hoje, junto com outros 115 conjuntos de produtos também retidos pela autoridade aduaneira em operações no porto.

O evento, aberto a 106 empresas habilitadas pelo órgão, reuniu um total de R$ 9,6 milhões em cargas, como artigos eletrônicos, de informática, químicos, peças de mármores, máquinas e equipamentos industriais.

Hoje, o leilão será retomado às 10 horas no Salão de Convenções do Campus Victorio Lanza do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), à Avenida Senador Feijó, 421, 3º andar, na Vila Mathias, em Santos.

A Alfândega ainda não compilou os valores sobre as vendas do primeiro dia, mas segundo o presidente da Comissão Permanente de Leilões, Haroldo José Parri, foi obtido um ‘‘bom ágio’’ sobre o valor mínimo das peças vendidas.

O edital com os preços mínimos e a descrição das mercadorias está à disposição dos interessados no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br), e, para consulta, na sala do Grupo de Mercadorias Apreendidas (Grumap), na sede da Alfândega de Santos. Mais informações podem ser obtidas com a Aduana, pelo telefone 4009-1509.

Governo estuda eliminar cobrança de AFRMM

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou ontem que o Governo estuda suspender para fertilizantes e defensivos agrícolas a cobrança do tributo Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que é de 25%. A medida, segundo o ministro, está sendo avaliada, mas depende de acordo com outras áreas do Governo.

Stephanes admitiu que essa é uma antiga reivindicação dos produtores rurais e é apontada por especialistas no setor como um dos fatores capazes de reduzir os preços dos insumos no curto prazo. Mas salientou que a medida, se adotada, pode ter poucos reflexos em termos de preços no mercado interno, já que as cotações dos insumos estão em alta no mercado internacional.

O ministro participou ontem de uma reunião com representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, para discutir o Plano de Safra Agrícola 2008/09. Ele comentou que algumas sugestões apresentadas pela iniciativa privada poderão ser aceitas pelo Governo, mas não quis informar quais são elas.

Em relação ao mercado de fertilizantes, o ministro informou que esse é um setor onde há ‘‘maior estrangulamento’’, já que o Brasil é dependente das importações e a oferta mundial está reduzida. Stephanes comentou, ainda, que o foco do plano de safra em estudo é dar condições para o incremento da produção agrícola. (Agência Estado)

Guarujá restringe tráfego de caminhões

A Prefeitura de Guarujá proibiu ontem o tráfego de caminhões nas vias urbanas pavimentadas do município. A decisão, porém, não restringe a circulação de veículos pesados na Rua Idalino Pinês, conhecida como Rua do Adubo, e na Avenida Santos Dumont, os principais acessos aos terminais portuários da cidade.

Nessas duas vias, passam diariamente cerca de 3 mil caminhões, que entregam e retiram cargas soltas e em contêineres dos terminais portuários.

Além da Rua do Adubo e da Avenida Santos Dumont, não são afetadas pelas novas normas as demais avenidas de Guarujá e as ruas do bairro Jardim Boa Esperança, no Distrito de Vicente de Carvalho.

O decreto com o regramento foi publicado no Diário Oficial do Município de ontem. Conforme a lei, de número 3.611/08, ‘‘fica proibido o tráfego de caminhões e outros veículos de carga, cuja tonelagem de carga seja superior a 8 toneladas, nas ruas pavimentadas do perímetro urbano da cidade’’.

Somente os caminhões que transportam produtos hortifrutigranjeiros e alimentos perecíveis, destinados ao abastecimento ou à limpeza urbana, poderão circular livremente pelas áreas urbanas pavimentadas de Guarujá.

Os motoristas que forem pegos dirigindo veículos nas vias de circulação restrita serão penalizados com multa no valor de um salário mínimo. Caso haja reincidência, o veículo será apreendido.

Operação Porto prende três suspeitos na região

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem três suspeitos de estarem envolvidos com os recentes ataques a navios na Barra de Santos. O trio foi detido durante a Operação Porto, desencadeada pela PF, com participação dos demais órgãos de fiscalização e repressão da região.

Com os suspeitos, foram encontrados chinelos semelhantes aos roubados a bordo do navio Independente, em março último, além de um barco, armas de fogo e equipamentos tipicamente utilizados para o ataque a embarcações — cordas com ganchos, escadas quebra-peito e alicates para o corte de lacres.

Neste ano, foram registrados quatro roubos a cargueiros, cinco a menos do que em todo o ano passado.

A Operação Porto foi iniciada há 45 dias e já levou às autoridades a realizar ‘‘batidas’’ em cinco locais onde poderiam estar marginais envolvidos nos ataques a navios. Os agentes já investigaram a atuação dessas quadrilhas na região de Monte Cabrão (Área Continental de Santos), Japuí (São Vicente), Morrinhos e Paecará (ambos em Guarujá). Ontem, eles estiveram no bairro de Santa Cruz dos Navegantes, em Vicente de Carvalho (Guarujá).

Participam da Operação Porto a Guarda Portuária (da Codesp); a Polícia Civil, através do Grupamento de Operações Especiais (GOE); a Polícia Militar; a Polícia Ambiental; e a Marinha, através da Capitania dos Portos de São Paulo.

De acordo com a delegada da PF Luciana Fuschini, ‘‘há possibilidade de haver uma relação das três pessoas presas com os furtos a bordo que aconteceram na Barra’’.
PRESOS

A Polícia Federal revelou os nomes de dois dos três detidos na Operação Porto em Santa Cruz dos Navegantes. Sérgio Oliveira de Souza foi preso com 30 a 40 chinelos importados, iguais aos roubados de contêineres do navio Independente. Ele foi acusado de crime de receptação.

‘‘A investigação do ataque a navios é responsabilidade da Polícia Federal, mas quando a mercadoria vai para a terra e vai ser vendida passa a ser competência da Polícia Civil’’, disse o delegado do GOE Carlos Alberto da Cunha, que participou da Operação Porto.

Já Manoel Joaquim dos Santos foi flagrado com um barco adaptado com motor de popa Yamaha 200 HP contrabandeado. Na embarcação foram encontradas duas escadas quebra-peito, utilizadas para subir a bordo dos navios, três toucas do modelo Ivanhoé, para cobrir os rostos, dois alicates de tamanho grande e um gancho para corda.

Segundo a delegada da PF, o barco é muito parecido com o utilizado no ataque ao navio Independente. ‘‘Quando houve o roubo, os tripulantes conseguiram tirar uma foto do grupo fugindo no barco. Pode ter relação, sim’’, admitiu.

O terceiro homem preso estava com armas de fogo sem a documentação necessária. Dono de uma marina no Guarujá, ele foi listado por porte ilegal de arma.

Realizada no final do mês passado pela Capitania, mas com apoio de todos os grupamentos envolvidos na Operação Porto, a Operação Munduba apreendeu cinco barcos. Entretanto, não há relação com os crimes na Barra. ‘‘Foram autuações e notificações a marinas por estarem com embarcações sem a documento correta’’, disse a delegada.

De acordo com o major da Polícia Militar Marcelo Prado, ontem, na Operação Porto, foram abordadas 97 pessoas. Dessas, 48 tiveram sua ficha policial consultada. Também foram inspecionados 24 veículos pela PM, que atuou com 10 viaturas e 27 homens. Ao todo, os órgãos disponibilizaram 100 profissionais para a operação.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Grimaldi quer mais berços para navios ro-ro

A armadora italiana Grimaldi defende a abertura de mais berços de atracação dedicados a navios ro-ro nos portos brasileiros, especialmente em Santos. Segundo a empresa, interessada em ter terminais próprios no País, há dificuldades para realizar a operação dessas embarcações — especializadas no transporte de cargas especiais superdimensionadas e de veículos — na costa nacional.

O desejo da armadora foi manifestado pelo seu presidente, Helder Malaguerra, em visita a A Tribuna na tarde de ontem. Ele foi recebido pelo diretor-presidente, Marcos Clemente Santini, pela diretora de Marketing, Renata Santini Cypriano, pelo diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini, e pelo editor-chefe do jornal, Marcio Calves. A Grimaldi completa 20 anos de atuação no Brasil, desde a chegada do primeiro navio, o República de Gênova.

Sobre a falta de berços, Malaguerra contou que, em Santos, só dois trechos de cais são destinados a navios ro-ro, o do Terminal de Exportação de Veículos (TEV) e o ponto 1 do Cais do Saboó, onde tradicionalmente a operadora Deicmar atua. ‘‘Mas, no Estado de São Paulo, oficialmente só existe um berço para ro-ro, na Margem Esquerda (Guarujá), o TEV, da Santos Brasil (que administra a instalação por meio de um Termo de Permissão de Uso)’’, comentou.

Na visão de Malaguerra, os portos brasileiros são ‘‘excessivamente’’ voltados para a movimentação de contêineres, deixando de lado o segmento de volumes especiais e automóveis, de grande importância para a economia do País. Dados fornecidos pelo executivo apontam que os produtos transportados em navios ro-ro, como veículos, maquinários, equipamentos elétricos e madeira, representam 23,5% das exportações e 23,2% das importações brasileiras desde 2003. Ao todo, nesse período, as remessas dessas cargas somaram cerca de US$ 140 bilhões e as compras, US$ 82 bilhões.

A necessidade de cais para esses navios é fundamental para manter Santos como o principal escoadouro da produção de São Paulo. Os 11 navios da empresa no Brasil escalam frequentemente no complexo. ‘‘A cada três, quatro dias, temos navios no Porto de Santos. Nós fazemos a programação para, na viagem Norte, pararmos no TEV. E na viagem Sul, no Saboó’’.

TERMINAL

Para que seus navios tenham a atracação garantida, o sonho da Grimaldi é ter um terminal no País, prioritariamente em Santos. Hoje, a empresa também realiza escalas nos portos do Rio de Janeiro e de Paranaguá.

Durante a visita a A Tribuna, Malaguerra disse que já manteve contato com terminais em Santos, dispostos a reservar parte das suas operações para veículos, cargas especiais e até contêineres — outro segmento transportado pela empresa.

Uma das operadoras consultadas pelo executivo foi a Embraport, cujo terminal está em fase de construção nas proximidades da Ilha Barnabé, ao fundo do Canal do Estuário.

O presidente da armadora disse, também, que aguarda com grande expectativa a aprovação da Medida Provisória 412, que estabelece a prorrogação do Reporto até 2011. Esse programa permite a importação de equipamentos portuários sem similar no Brasil com isenção de impostos. A medida é polêmica, pois a senadora Katia Abreu (DEM/TO) apresentou uma emenda ao texto, propondo a flexibilização das leis para a instalação de terminais privativos no País, beneficiando armadoras e construtoras que querem entrar no mercado. ‘‘Se tiver um metro quadrado sequer livre, eu estou dentro’’, disse.

Decreto cria rodízio em São Paulo

O decreto da Prefeitura de São Paulo assinada pelo prefeito Gilberto Kassab criando na cidade o rodízio de caminhões, o chamado serviço de transporte de carga, foi publicado ontem no Diário Oficial do Município. O rodízio entra em vigor a partir do dia 30 de junho próximo e vale de segunda a sexta-feira, das 5 às 21 horas, e aos sábados, das 10 às 14 horas, e vai atingir uma área chamada de Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC).

O transporte de combustíveis ainda operará provisoriamente dentro da área de rodízio, das 5 às 6 horas e das 20 às 21 horas, num período de 45 dias após o início da eficácia do decreto, no dia 30 de junho.

Conforme o artigo 1º do decreto, que excetua os feriados, fica proibido o trânsito de caminhões na Zona de Máxima Restrição de Circulação, delimitada pelas seguintes vias: Avenida Rebouças, em toda sua extensão; Avenida Eusébio Matoso, em toda a extensão; Avenida Nove de Julho, em toda sua extensão; Avenida Cidade Jardim, entre as avenidas Brigadeiro Haroldo Veloso e Brigadeiro Faria Lima; Avenida São Gabriel, em toda a extensão; e Avenida Santo Amaro, entre as avenidas São Gabriel e Bandeirantes.

O decreto municipal abre algumas exceções, criando horários especiais dentro do horário geral de rodízio: das 5 às 16 horas, para obras de serviços de infra-estrutura urbana, concretagem, feiras livres e mudanças. O período das 5 às 12 horas, para transporte de produtos alimentícios perecíveis de produtos perigosos. No período das 10 às 16 horas, para transporte de valores, remoção de terra e entulho e prestação de serviços públicos essenciais.

A Secretaria Municipal de Transporte também poderá conceder autorizações especiais em casos necessários, com o veículos devendo ostentar uma placa do órgão municipal, identificando-o como especial. (Agência Estado)

Destaque
A partir do dia 30 de junho, fica proibido o tráfego de caminhões de segunda a sexta-feira, das 5 às 21 horas, na denominada Zona de Máxima Restrição de Circulação.

Estiva pára navios por 4 horas

Pelo menos 12 navios tiveram suas operações suspensas na tarde de ontem, por causa de uma manifestação de estivadores no Porto de Santos. Eles cruzaram os braços em protesto a uma decisão unilateral do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo), que instituiu o intervalo de 11 horas entre os trabalhos.

Os serviços foram interrompidos às 13 horas, quando os estivadores tomaram conhecimento da decisão do Ogmo, e só foram retomados às 17 horas.

Segundo o presidente da Estiva de Santos, Rodnei da Silva, entre 24 e 25 navios tiveram seus trabalhos suspensos devido ao movimento. De acordo com o Ogmo, foram 20 as embarcações que ficaram sem equipes de portuários — 12 delas acabaram sem movimentar cargas, mas oito conseguiram manter suas operações.

Para o presidente da Estiva, a postura do órgão gestor foi arbitrária, pois havia um acordo dos trabalhadores avaliarem o regime de 11 horas de descanso na próxima sexta-feira.

‘‘O Ogmo não podia instituir nada porque isso não cabe a ele. A relação do trabalho é feita com os operadores, com o Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo)’’, disse o sindicalista, ao classificar de precipitada a ação da entidade, já que ele tinha uma reunião marcada com os representantes do Sopesp às 15 horas, duas horas antes da imposição.

Rodnei explicou que, embora a categoria prepare uma assembléia, a implantação de um intervalo de 11 horas precisa ser discutida, porque reduz as oportunidades de ganho de produção. Mas adiantou que o sindicato terá uma posição uniforme na assembléia, que acontecerá horas antes de uma nova reunião com o Ogmo e o Sopesp.

O imbróglio de ontem só foi resolvido após a interferência da Codesp e da Secretaria Especial de Portos (SEP) no movimento. A SEP foi acionada pelo presidente da Estiva.

Depois de uma reunião na sede da Docas, os trabalhadores voltaram à função, mas com a condição de receberem a diária do período (das 13 às 19 horas), aproximadamente R$ 30,00.

O presidente da Autoridade Portuária, José Di Bella, ficou sabendo do problema pelos próprios envolvidos e intermediou a negociação entre as partes. ‘‘Obviamente, a preocupação era garantir a operação do porto, de forma responsável pelas duas partes. Como os dois aceitaram a Codesp como ponto de convergência, foi acertado que os trabalhadores não teriam prejuízo por hoje e conseguimos a garantia de que a Estiva vai deliberar sobre todos os itens da pauta de negociação salarial da próxima sexta-feira’’, afirmou.

Mercado terá 60 novas empresas até o final do ano

O superintendente da Susep, Armando Vergilio dos Santos Junior, acredita que, até o final do ano, cerca de 60 novas empresas estarão no Brasil para atuar no setor de resseguro: “Ainda esta semana vamos autorizar mais duas resseguradoras estrangeiras a operarem no país. Cinco já receberam autorização desde o dia 17 de abril. Até o final do ano, teremos até 20 resseguradoras atuando no país”, afirmou Armando Vergílio, na abertura do seminário internacional sobre Resseguro Saúde, que a Escola Nacional de Seguros - Funenseg e a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) estão realizando nesta quarta-feira, no Hotel Pestana, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Segundo Armando Vergílio, 16 corretoras de resseguros já estão cadastradas. Até o final do ano, ele estima que o mercado brasileiro conte com, pelo menos, trinta corretoras: “teremos um mercado local, forte e competitivo”, comemorou o superintendente da Susep.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Pelo Brasil: Lançamento de novo porto será sexta-feira

A pedra fundamental do novo complexo portuário do Rio Grande do Sul, que será construído em São José do Norte pela Aracruz, será lançada na próxima sexta-feira. Na ocasião, a empresa vai anunciar os prazos, características e investimentos para a obra. A governadora Yeda Crusius irá participar da cerimônia, além de autoridades portuárias e do município.

Capitania autoriza atracação do La Plata

A Capitania dos Portos do Paraná concedeu uma autorização especial para a armadora Hamburg Süd atracar o seu navio Rio de La Plata, no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). O aval, necessário pois a embarcação tem 286,45 metros de comprimento, 1,45 metro a mais que o limite estabelecido, foi concedido em caráter experimental, pelo prazo de um ano.

Navio realiza operação recorde

O Terminal Salineiro de Areia Branca (RN) conseguiu carregar um navio de 50 mil toneladas pela primeira vez. A façanha foi possível com a duplicação do terminal, que ampliou sua capacidade de armazenagem de 37,5 mil para 75 mil toneladas. A obra foi a primeira a ser entregue no setor portuário com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

terça-feira, 13 de maio de 2008

Bolha Imobiliária Futura: O foco do problema é Minas Gerais

A vida no exterior acaba criando certo hábitos diferentes. Um deles certamente é prestar mais atenção cada vez que o idioma natal é utilizada ao redor. Ao ouvir uma conversa brasileira acabo sempre me interessando e ligando as antenas. Assim conheci diversos compatriotas nas minhas passagens por Chicago, Nova York e agora Washington. E ao ouvir essas conversas, desenvolvi a minha mais nova teoria de economista tupiniquim. A próxima bolha imobiliária e crise do sub-prime não vai ocorrer na Espanha, Inglaterra, ou qualquer lugar da Europa e nem mesmo em Hong Kong como comentam as dezenas de Doutores de Economia que habitam em Washington. O foco do problema dever ser Minas Gerais.

Não é novidade que 1,1 milhão de brasileiros vivem nos Estados Unidos. E que apenas, segundo dados do Governo Federal, 20% desses estão em situação legal. Maioria deles ilegais trabalhando de motorista, garçon, entregador de pizza, pedreiro, babá e todas as atividades que exigem menos qualificação. Alguns vieram como turistas e ficaram, outros atravessaram a fronteira do México como ilegais e conseguiram se estabelecer. Histórias não faltam (até a Globo fez novela sobre o tema).

Também é plenamente conhecido o fato de Minas Gerais, principalmente Governador Valadares, ser um dos maiores centros exportadores de “brazucas” para os Estados Unidos. Diz a lenda urbana que quando jogam Atlético e Cruzeiro, falta entregador de pizza em Miami.

Isso está mudando e por causa da economia americana. A decisão —desistir da vida nos EUA— está sendo feita por cada vez mais brasileiros no país, de acordo com autoridades consulares e agências de viagens, que estão recebendo uma enxurrada de reservas de bilhetes só de ida.

Tentando explicar uma decisão muitas vezes torturante de tirar as amarras, os brasileiros que estão voltando para casa apontam para um temor crescente de deportação e a economia americana decadente. Fragilidade da economia que permitiu a queda do valor da moeda local. O dólar, que chegou a comprar R$ 4, caiu para uma baixa histórica de R$ 1,65, em maio. Faz-se muito menos dinheiro por aqui para mandar para os familiares no Brasil.

Para completar, o mercado imobiliário em crise afetou os brasileiros ilegais porque diminuiu a oportunidade de empregos na construção civil. E também os que vivem legalmente estão partindo aos milhares, depois de perderem suas casas na crise de hipotecas.

É cedo demais para dizer se a migração reversa de brasileiros os coloca na vanguarda de uma tendência maior entre imigrantes ou marca sua distinção.

Agora imaginem, milhares de pessoas voltando para Minas Gerais, para re-construir a vida, com alguns milhares de dólares no bolso e sem lugar para morar. A demanda por moradia no estado mineiro certamente não será a mesma. Nesse sentido, a globalização pode ser ruim para alguns mas oferece uma gama enorme para economistas elaborarem teorias. Já estou imaginando até o titulo dessa tese: “A Crise no Sub-prime Americano e a Bolha Imobiliária em Governador Valadares: Um Estudo de Caso Baseado em Conversas de Imigrantes Ilegais nos Estados Unidos”.

Maurício Barros de Moura, Economista pela FEA-USP, Mestre em Economia pela Universidade de Chicago, escreve para o DIÁRIO DE GUARULHOS de Washington, DC, EUA

Planos de saúde excluem mais velhos

Quatro anos depois da criação do Estatuto do Idoso, operadoras dificultam o ingresso de pessoas com mais de 59 anos, que enfrentam uma via-sacra para contratar serviços

Operadoras de planos e seguros de saúde estão excluindo e rejeitando os idosos. Quatro anos depois da criação do Estatuto do Idoso, que proibiu o reajuste das mensalidades por mudança de faixa etária para clientes com idade acima de 60 anos, a medida acabou provocando um efeito bumerangue, voltando-se justamente contra aqueles que, em tese, deveriam ser amparados pela legislação. E no quesito que a terceira idade mais precisa de assistência: saúde.

Impedidas de aplicar qualquer reajuste além do autorizado anualmente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), muitas operadoras têm dificultado a entrada de usuários com mais de 59 anos, que não são interessantes para elas. O Estado de Minas acompanhou a aposentada Lúcia Alves Pessoa, de 79 anos, em algumas operadoras e corretoras que vendem planos e seguros de saúde de diversas empresas e constatou a dificuldade.

Na primeira corretora, que vende planos de 14 empresas diferentes, a atendente foi categórica: a aposentada só conseguiria fazer um plano da Unimed ou da Admédico. “A maioria das empresas não aceita clientes com mais de 59 anos, nem no plano empresarial. A Golden Cross, por exemplo, só aceita novos contratos para pessoas com até 63 anos”, afirmou. Ao ser questionada por dona Lúcia do porquê, a funcionária não hesitou em responder: “É uma forma de forçar a mudança da cláusula do Estatuto do Idoso, que proibiu o reajuste por faixa etária para pessoas com essa idade”. Dona Lúcia ficou horrorizada. “Quer dizer que o idoso tem que morrer, pois não tem mais plano de saúde para ele”, desabafou.

Em outra corretora, que também vende planos diversos, as opções apresentadas para dona Lúcia também foram as mesmas. A atendente até chegou a mencionar a Santa Casa Saúde, mas já descartou a hipótese logo de cara, alertando que, para contratar um plano naquela operadora, a aposentada teria que passar por uma entrevista médica e que poderia demorar até quatro meses. “Eles estão exigindo essa entrevista para pessoas com mais de 59 anos. Tenho uma cliente que fez a entrevista lá há dois meses e até hoje não enviaram nenhuma documentação para ela”, revelou.

O Estado de Minas também acompanhou dona Lúcia à Santa Casa Saúde e confirmou a necessidade de ela fazer uma entrevista com uma junta médica antes de contratar o plano para checar a ocorrência de doenças pré-existentes. Constatadas essas doenças, explicou o funcionário, o usuário tem que pagar algum valor além do fixado pelo plano se quiser ter cobertura para essas doenças antes do término do período de carência. Ao saber a idade da aposentada, o atendente foi logo perguntando se ela tinha algum problema de saúde. “Faço controle de colesterol e tomo remédio para pressão”, respondeu ela. “Aí pode dar algum problema”, deixou escapar. Ao sair dali, Lúcia expressou novamente sua revolta e sentimento de discriminação: “É comércio puro. As empresas só estão preocupadas com o lucro, não estão nem aí para a saúde”. Ela tem plano há muitos anos, mas viu que, se precisasse mudar hoje, ficaria na mão e não teria condições de pagar.

Apesar de ainda não terem recebido nenhuma denúncia formal sobre discriminação de idosos para contratação de planos de saúde, órgãos de defesa do consumidor têm ciência do fato. “Mesmo sabendo que não podem fazer esse tipo de discriminação, temos notícia de que algumas operadoras têm se recusado a fazer planos para pessoas com mais de 60 anos por causa das doenças degenerativas que ocorrem a partir nessa idade, como mal de Alzheimer e doença de Parkinson, que são as mais caras”, revela Fernando Rodrigues Martins, promotor de Justiça de Defesa do Consumidor de Uberlândia. Conforme o Estatuto do Idoso, “nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei”.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Operações voltarão ao normal em 2 semanas

Os portos brasileiros devem retornar à normalidade de suas operações dentro de 15 dias, após o fim da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, anunciado na última quinta-feira. No Porto de Santos, onde o protesto foi encerrado na semana passada, o diretor-executivo do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), José dos Santos Martins, disse esperar que a situação se normalize em no máximo 15 dias.

‘‘Todos os terminais estão aproveitando a suspensão da greve para reorganizar seus espaços’’, explicou o dirigente da Sopesp, que conta com 45 terminais portuários associados. Segundo Martins, as áreas dos terminais do porto santista chegaram a registrar uma ocupação de 90% durante o período mais grave da paralisação. ‘‘Criou-se um gargalo logístico sem precedentes no Porto de Santos’’, afirmou, acrescentando que os ‘‘prejuízos são incalculáveis’’.

‘‘Foram afetadas todas as cadeias logísticas, desde o transporte rodoviário ao ferroviário’’, completou Martins. Ele destacou ainda que cada navio parado à espera de atracação gerou um prejuízo diário de US$ 60 mil a US$ 80 mil.

No Paraná, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) de Paranaguá, Rodrigo Sais, estima que em 21 dias a situação se normalize, com a retomada dos trabalhos pela categoria. Segundo ele, os auditores adotaram ‘‘operação-padrão’’ desde o início do movimento grevista.

Sobre o impacto da greve na movimentação do porto, Sais disse que as declarações de importações desembaraçadas em abril foram 50% inferiores às de fevereiro, um mês que historicamente registra um movimento menor.

Já em Itajaí (SC), a expectativa é de que o fluxo no porto se normaliza em cerca de 15 dias, informou o diretor de Logística, Luiz Antônio Martins.

No transporte rodoviário, a Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) calcula que o fluxo nos portos secos deve se normalizar no máximo em uma semana. Segundo o vice-presidente da ABTI, José Carlos Becker, nessa semana os portos nas fronteiras do Brasil com os países do Mercosul acumularam filas de quase 1.100 caminhões, aguardando pela liberação das cargas. (Agência Estado)

Seguro rural deve ser um insumo obrigatório nos custos de produção

Seguro agrícola é um insumo que obrigatoriamente tem de fazer parte do custo de produção de agricultores.

Esta foi a principal recomendação do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, em entrevista concedida a repórter Tânia Rabello do "Suplemento Agrícola" do jornal "O Estado de S. Paulo", publicada no dia 30 de abril.

Na matéria intitulada "Fugindo da falência rural", Ramalho destaca que o produtor deve sempre incluir o seguro agrícola nos custos de produção.

Confira à íntegra da reportagem:

Seguro agrícola é um insumo que obrigatoriamente tem de fazer parte do custo de produção de agricultores, defende o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva.

''Não é possível que no país que é a maior agricultura dos trópicos e com tamanho nível de profissionalização e tecnificação no setor não haja um sistema consistente de seguro agrícola'', diz.

Ele informa que pretende, por meio de palestras, seminários e outros eventos, divulgar a idéia aos produtores rurais.

Aos 64 anos de idade, o presidente da SRB informa que possui um rebanho de corte de 2 mil cabeças e cultiva soja e milho em 500 hectares em Naviraí (MS). Ele lembra quando iniciou sua carreira como agricultor, aos 20 anos de idade. ''Naquela época, os custos de produção eram muito baixos e o barril de petróleo custava US$ 2 a US$ 3'', conta.

''Se nós plantássemos milho e a safra não vingasse, as perdas eram irrisórias'', diz. Atualmente,

porém, com toda a tecnificação necessária à atividade, desde o uso de sementes melhoradas até maquinário sofisticado, além da exigência competitiva por altas produtividades, se houver perdas por questões climáticas ou outros problemas o prejuízo é grande. ''A agricultura encareceu muito'',

continua.

''Se o agricultor não colher num ano, nem no ano seguinte, pode falir.'' Daí a necessidade de

incorporar o seguro rural à atividade, como prevenção.

Insumo caro

O presidente da SRB reconhece, porém, que se trata de um insumo caro, ''porque pouca gente contrata seguro''. Para ele, o governo federal tem de trabalhar principalmente para aumentar osubsídio ao prêmio do seguro agrícola (o prêmio é o valor pago pelo agricultor para segurar a lavoura).

''O governo paulista já subsidia até 50% do valor do prêmio, conforme a cultura'', lembra o

presidente da SRB.

E a base para a melhoria do setor já existe. Ele cita, por exemplo, a quebra do monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Com isso estão vindo para o País algumas das maiores resseguradoras privadas do mundo.

''A aprovação, pelo Congresso Nacional, do fundo de catástrofe também foi outro passo importante, tomado a partir das reivindicações das lideranças rurais.''

Atualmente, por exemplo, está em discussão uma nova renegociação da dívida agrícola, que se arrasta desde a safra 2003/2004, que quebrou por causa de problemas climáticos.

''Não podemos ficar renegociando dívida agrícola a cada cinco anos'', diz Ramalho da Silva. ''Isso cria uma imagem negativa do agricultor, como se ele fosse incompetente e mau gerente'', continua.

''Se já houvesse no País um programa consistente de seguro agrícola essa renegociação que se arrasta há tantas safras seria desnecessária. ''

Números do seguro rural

# 31.637 operações de seguro rural foram feitas em 2007, no âmbito do Programa de Subvenção ao Prêmio do Mapa.

# 95,88% foi o crescimento do número de operações de seguro rural de 2006 para 2007, atribuído à subvenção ao prêmio.

# R$ 60,96 milhões foi o total destinado ao programa de subvenção ao prêmio do seguro rural em 2007.