Demorou, mas a Barsa se digitalizou. Às
vésperas de completar 50 anos, a primeira enciclopédia brasileira passa a
oferecer a escolas serviço por assinatura de sua versão digital
apelidada de Barsa na Rede.
Apesar da concorrência com a internet, em especial com a Wikipedia, a
Barsa mantém o seu modelo de negócios e, de acordo com informações do
Grupo Planeta (detentor da marca) foram comercializadas mais de mil
enciclopédias no ano passado, ao preço se R$ 2.450 [nos áureos tempos,
de acordo com a empresa, chegaram a vender 100 mil]. Para Maurício
Gregorio, presidente corporativo do Grupo Planeta Brasil, o grande
diferencial da Barsa é a confiabilidade dos seus mais de 160 mil
verbetes. “Para escrever o verbete ‘arquitetura’, por exemplo, a Barsa
convidou ninguém menos que Oscar Niemeyer, que atualizou o verbete até
pouco tempo antes da sua morte”, comentou o presidente.
A atualização – que na versão impressa é anual – é um dos grandes
trunfos da Barsa na Rede. Gregorio conta que hoje a versão digital da
enciclopédia ganha atualizações semanais, mas que a ideia é transformar
isso em diária. Na nova versão, além da atualização mais frequente, a
Barsa promete ser um suporte ao professor em sala de aula que poderá
utilizar filmes, áudios, fotos e mapas em aulas mais interativas e
dinâmicas. Por exemplo, uma aula sobre holocausto, o professor poderá
exibir um vídeo, colocar um áudio de Hitler (com transcrição em
português) e ilustrar com dezenas de fotos.
A assinatura, que já está em comercialização, é vendida ao preço de
R$ 30 ao ano por aluno. “Isso representa R$ 2,50 a mais na mensalidade
de escolas particulares. É uma opção viável para escolas e pais”,
defende Maurício. A Barsa na Rede traz ainda mais de 700 vídeos, além de
áudios, fotos, mapas, visitas virtuais em museus etc... Duas escolas
paulistanas já aderiram ao serviço por assinatura: os colégios São Luiz e
o Pueri Domus.
Maurício reconhece que o fôlego do modelo impresso é cada vez mais
curto. “Não sei dizer quanto tempo mais vai durar a venda de
enciclopédias impressas. Em outros países já não existe mais, mas o
Brasil, com as suas dimensões e características, ainda tem fôlego para
mais alguns anos”, analisa.
Lançada em 1964 (a preparação começou em 58), a Barsa teve como
seus primeiros redatores chefes Antonio Callado e Antonio Houaiss. Desde
então, busca especialistas para escrever seus verbetes (além de
Niemeyer, Jorge Amado e Gilberto Freyre configuram na lista de redatores
da Barsa). Atualmente, a Barsa conta com 750 colaboradores para
atualizar a enciclopédia online e continuar garantindo a credibilidade e
a veracidade do seu conteúdo.
PublishNews - 24/02/2014 - Leonardo Neto
De olho em escolas, Barsa lança versão digital
BDM&A - Barros de Moura
www.barrosdemoura.com.br