quarta-feira, 18 de junho de 2008

Coisas do Brasil

por Carlos Moura

Esta semana promete ser bastante movimentada no nosso Brasil.

Teremos mais tentativas de votações da CSS; depoimentos do caso Varig; a visita do senhor presidente da República à Bolsa de Valores de São Paulo e o rumoroso envolvimento de tropas do Exército, atuando em projeto social de um candidato a prefeito, com gangs de favelas no Rio de Janeiro.

Enfim, temos a mesma velha história da luta pelo poder e a glória.
Talvez, haja uma novidade, o professor Mangabeira Unger, quando escreveu o famoso artigo criticando violentamente o governo de seu atual chefe, não foi muito original.

Getúlio Vargas, um dos ídolos do nosso atual presidente, também foi alvo de críticas pesadas em 1932. E quem fez tais críticas não foi um membro da oligarquia paulista, foi João Neves da Fontoura em carta de 20/07/1932 a Borges de Medeiros (governador por muitos anos do Rio Grande do Sul), ou seja, ambos gaúchos e ex-companheiros de Vargas na Revolução de 30.

Permito-me reproduzir trechos dessa carta:

“Eu preferia que o Dr. Getúlio Vargas fosse um tirano. Perdôo mais os violentos do que os astutos. Mas o nosso ditador é um homem gelado, calculista, escorregadio. Não ataca, desliza. Não enfrenta, corrompe.

Não congrega, divide. [E mais:] Desbaratou o poder civil. Desmoralizou o Exército. Aniquilou o sentimento local. Amesquinhou a justiça. Instituiu o regime da delação. Oficializou a vingança contra os que o ajudaram a subir. Esqueceu compromissos. O favoritismo é uma instituição. A negociata é regra. Enfim, a República Nova com 2 anos de idade incompletos, é mais corrupta do que foi a Velha, em mais de quarenta e um.”

Ainda por aqueles tempos falava-se de um líder que tinha, acima de tudo, a facilidade de convencer, porque esse mesmo líder, depois de dizer uma tolice três vezes, se convencia do que dizia.

Infelizmente, não estamos assistindo um filme, que quase sempre tem no final a informação dizendo que se trata de uma obra de ficção e que qualquer semelhança com fatos ou pessoas, é mera coincidência. A realidade é cruel, passa-se o tempo e continuamos com os mesmos roteiros e as mesmas platéias batendo palmas.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Cooperativa: todo associado será responsável pelos contratos

A Susep estabeleceu regras para os procedimentos de registro das cooperativas de corretores de seguros. A Circular 367/08 estabelece, entre outros dispositivos, que independentemente da indicação de um responsável técnico, todos os associados das cooperativas de corretores de seguros serão responsáveis pelos contratos por eles intermediados.

De acordo com a norma, são requisitos para o registro das cooperativas os comprovantes de registros dos seus atos constitutivos no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede; na Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB; e a existência da expressão "Cooperativa de Corretores de Seguros" na denominação social e, se houver, no nome de fantasia.

As cooperativas deverão indicar responsável técnico pelo uso do nome da sociedade, relativamente aos atos sociais específicos de corretagem de seguros, em especial, a assinatura de propostas e de documentos encaminhados à Susep.

As alterações cadastrais das cooperativas, incluindo mudança no quadro de associados, devem ser comunicadas à Susep, no prazo máximo de sessenta dias, contados da data de ocorrência.

No caso de alteração estatutária, a comunicação deve ser acompanhada da comprovação de arquivamento no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Podem integrar o quadro de associados da cooperativa, os corretores de seguros, pessoas naturais, registrados na Susep e em pleno gozo do livre exercício profissional.

As corretoras de seguros poderão, também, integrar o quadro de associados, desde que todos os seus sócios sejam corretores de seguros registrados na Susep e em pleno gozo do livre exercício profissional.

O responsável técnico deve possuir registro para atuação em todos os ramos de seguros ou em capitalização, quando o objeto social estabelecer atuação específica em capitalização; registro para atuação em todos os ramos de seguros ou em seguros de pessoas e previdência complementar aberta, quando o objeto social estabelecer atuação específica em seguros de pessoas e previdência complementar aberta; e/ou registro para atuação em todos os ramos de seguros, quando o objeto social estabelecer atuação em todos os ramos de seguros.

Quanto à vedação ao pagamento de comissões a corretores de seguros cujos registros forem suspensos ou cancelados, a norma estabelece que essa proibição não se aplica aos contratos firmados antes da data de suspensão ou cancelamento de registro.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Oprah Winfrey: uma pedra no caminho de Hillary

Por Maurício Moura

Algo que admiro nos americanos é a capacidade de organizar eventos. Não é a toa que eventos como a entrega do Oscar e Superbowl, final do campeonato de futebol americano, só perdem em em audiência para a final da Copa do Mundo. E até mesmo uma discurso de despedida de uma pré-candidata vira motivo para festa, música, narrador de rodeio e também, para complementar o entreterimento,um discurso no final. Foi o que testemunhei ao vivo quando a ex-candidata Hillary Clinton discursou em um evento do Partido Democrata em Washington. Mas a pergunta que fica é: qual foi o evento que levou a primeira dama mais influente da história recente dos Estados Unidos a perder para um candidato "afro-americano" pouco conhecido ? Nesse mesmo dia e evento, ouvi mais uma teoria sobre esse tema: ela perdeu para Oprah Winfrey, a apresentadora "afro-americana" mais famosa da rede ABC.

A senadora tinha uma estratégia bem definida: vencer no Iowa, New Hampshire e Nevada, perder por poucos na Carolina do Sul e derrotar Barack Obama em toda a linha na Superterça-feira, dia 5 de Fevereiro. Parecia um plano perfeito. Com a máquina partidária quase toda do seu lado (não esquecer que a 3 de Janeiro tinha mais de 100 Superdelegados de vantagem em relação a Obama), nada lhe poderia tirar uma vitória fácil e segura.

Tudo começou a desabar em Dezembro do ano passado, quando Oprah Winfrey entrou em campanha, dando a vantagem que Obama precisava na comunidade "afro-americana". Oprah, por incrivel que possa parecer, é mais conhecida e popular do que a primeira dama. Disparada, segundo a Revista People, a americana mais influente e mais rica.O programa da TV da apresentadora tem sido lider de audiência desde 1989. No seu programa discuti-se de tudo, desde a Bomba Nuclear na Coréia até a melhor cor de calcinha para uma lua de mel no Kentucky.Muitos americanos, enxergam o programa de Oprah como uma fonte de informação melhor do que a CNN.

Com Oprah , a vitória da Carolina do Sul estava assegurada para Obama. Apenas precisava de uma vitória importante no Iowa. Que aconteceu, relegando Hillary Clinton para um humilhante terceiro lugar. Passados uns dias, todas as sondagens indicavam que Obama voltaria a repetir a vitória no New Hampshire. Mas aconteceu o que seria constante nesta campanha. Hillary renasceu das cinzas e venceu o Senador de Illinois. Passada uma semana venceu Nevada e pensou-se que tudo voltaria ao normal. Assim não aconteceu, porque a uma derrota esperada na Carolina do Sul, Bill Clinton, com intervenções desastradas, ofereceu uma vitória esmagadora a Obama neste estado dominado por afro-americanos e seguidores de Oprah.

Hillary Clinton parte para a Superterça-feira com uma inesperada desvantagem. Apesar de ter vencido, nesse dia, nos estados mais importantes, como Nova Iorque, Massachusetts, Califórnia e New Jersey, perdeu no número de delegados. E só voltaria a reencontrar-se passado um mês, no Texas e Ohio, onde venceu . Todavia, pelo meio ficou uma série impressionante de dez derrotas consecutivas durante o mês de Fevereiro, que acabaram por selar a nomeação do rival. Depois destas derrotas, Hillary estava destruída politicamente nestas primárias. Mas não desistiu, e obteve ainda vitórias importantes no Texas, Ohio e Pennsylvania, colocando expostas as fragilidades de Obama perante o eleitorado tradicional americano.

Se as primárias começassem hoje, mesmo com Oprah do lado de Obama, talvez Hillary tivesse mais chances de vencer. Depois de mais de um ano em campanha, provou ser uma candidata à altura. Se no início era a candidata fria e desligada dos eleitores, conseguiu aproximar-se das pessoas e conectou com o americano comum. E foi isso que senti no discurso de despedida.

O mais interessante dessa história toda é que Oprah foi a primeira a entrevistar em rede nacional, a ex-estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky sobre as aventuras na Sala Oval com o ex-presidente Bill Clinton . Imagino o que deva passar na cabeça da Senadora nesse momento. Quando perdeu o casamento e a indicação, tinha uma Oprah no meio do caminho.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Associações não podem oferecer seguro automotivo

O mercado de seguros de automóvel tem recebido uma avalanche de ofertas de “associações de classe” e “cooperativas” que, sob o argumento de serem apenas grupos reunidos num “programa de proteção de veículos”, oferecem uma nova “alternativa” à sociedade, com intuito de substituir as seguradoras legalmente instituídas no país. Lamentavelmente, o imediatismo e a oferta de um menor preço, têm levado milhares de pessoas a aderir às ditas “associações sem fins lucrativos”, com o escopo de verem-se “seguradas” de eventuais sinistros ou perda econômica, frente a um determinado bem.

Neste sentido, muito se tem discutido acerca da legitimidade destas entidades que, por um lado, exerceriam o direito de livre associação de pessoas, constitucionalmente assegurado e, por outro, confrontar-se-iam com a legislação em vigor, que estabelece normas de funcionamento e vinculam à autorização prévia, a atividade seguradora.

Com efeito, apesar de o artigo 5º da Constituição da República instituir a livre associação, certo é que nem todas as atividades podem ser exercidas por qualquer delas, devendo sempre, submeter-se às diretrizes legais inerentes à atividade desenvolvida.

Observando a evolução histórica da atividade securitária, grande parte dos historiadores defende que esta teve início da necessidade dos antigos mercadores de dividir os riscos da sua atividade, de modo que, ocorrendo sinistro com algum deles, este não teria inviabilizada a continuidade do seu negócio. Assim, os mercantes passaram a abrir mão de parte do lucro, para o pagamento de uma importância ao grupo, que seria utilizada para suportar as eventuais despesas que poderiam alcançar elevada monta, como assaltos, morte de animais, naufrágios e perecimento de mercadorias de seus participantes.

Pois bem: com a evolução histórica do contrato, o mercado de seguros passou a ser amplamente regulamentado pelo Estado, através da Constituição da República, bem como pelo Decreto 73/66, recepcionado por aquele diploma como lei complementar e demais consectários legais, dentre estes o Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor, razão pela qual outra não poderia ser a interpretação, senão a de que qualquer associação que pretenda prestar garantia pecuniária sobre determinado bem, deverá submeter-se às citadas regras.

Certo é que, o escopo da regulamentação mencionada é a proteção efetiva dos consumidores, juntamente com a garantia da manutenção e solvabilidade da Companhia Seguradora para a continuidade da prestação do serviço. Por isso, prevê a existência de uma Superintendência específica, ligada ao Ministério da Fazenda (SUSEP), que realiza auditorias periódicas, além de zelar pela manutenção de reservas técnicas suficientes para garantir a cobertura securitária, baseando-se em cálculos atuariais, fiscalizando, ainda, as cláusulas contratuais ofertadas (Art. 36, caput, do Decreto 73/66). Tudo isto com o intuito precípuo, não de extinção dos sinistros, mas sim de garantir que a ocorrência dos mesmos não impacte de forma significativa o segurado e, consequentemente, a economia e a sociedade, cumprindo assim, a função de administradoras legais de um fundo comunitário, exercendo uma atividade de interesse nacional.

Lado outro, analisando a atividade proposta pelas ditas “associações”, especialmente no que se refere à repartição entre os associados dos prejuízos que algum deles possa vir a sofrer, tem-se que estas não observam qualquer uma das exigências legais, ofertando ao mercado “cópia” de seguro, sem garantia de pagamento das respectivas indenizações, nem mesmo fixando a contraprestação pecuniária de seus associados.

Assim, apesar dessas “associações” ofertarem, inicialmente, uma mensalidade inferior ao preço médio do mercado securitário, na realidade, o que propõem é um rateio de sinistros, sem nenhuma base sólida de cálculo, de modo a garantir ao associado que este não terá que arcar com maiores gastos do que aqueles anteriormente assumidos, ou ainda, que terá condições de suportar o dispêndio de sua cota parte.

Por conseguinte, como se trata de rateio de despesas, o aumento no número de sinistros poderá ocasionar majoração significativa da mensalidade ofertada, posto que esta é fixada sem arrimo em base segura. Como se não bastasse, não existe, na maioria dos casos, previsão de reserva capaz de suportar a indenização dos sinistros avisados, o que pode tornar a atrativa “cobertura” em relação ao preço inicial, uma imensa divisão de vultosas despesas.

Outro ponto a ser salientado acerca dos possíveis infortúnios aos “associados”, é a inexistência de relação de consumo. Como se trata, em tese, de “associação de pessoas”, reunidas sem fins lucrativos e desvinculadas de qualquer atividade consumerista, ao contrário do contrato de seguro típico, aqui não há que se falar nas proteções previstas no Código de Defesa do Consumidor, sendo controverso o respaldo da responsabilidade objetiva na prestação destes serviços e a inversão do ônus da prova com relação a estas entidades.

Tais razões levaram os órgãos fiscalizadores da atividade securitária a denunciar em torno de 35 entidades que ofertam tal “seguro”, em confronto com as disposições legais supra citadas.

Conforme divulgado pela Federação Nacional de Seguros (Fenaseg), a maior incidência da prática irregular ocorre no estado de Minas Gerais. Por este motivo, tal entidade encaminhou denúncia ao Ministério Público de Minas Gerais contra 4 (quatro) associações, sendo que, após isso, foi determinada abertura de inquérito pela delegacia de repressão aos crimes financeiros da Superintendência Regional da Polícia Federal do estado.

Outra medida coercitiva contra a prática das citadas associações foi a denúncia formulada pelo Sindicato dos Corretores de Minas Gerais (Sincor-MG), que culminou na instauração de Inquérito Civil, pela Promotoria de Defesa do Consumidor do Estado, contra a maior associação operante em Minas Gerais.

Pelas razões expostas, concluímos que, em que pese ser sugestivo o valor pecuniário ofertado aos associados, porque ainda é controversa a permissão legal para a realização da atividade “securitária” pelas “associações”, a contratação de tal “garantia” pode representar sérios riscos aos “segurados”, seja pela ausência de garantia de recebimento da indenização, seja pela contestável aplicabilidade das normas de proteção ao consumidor, vigente no país, ou até mesmo, pela possibilidade de aumento vultoso e inesperado na “mensalidade” ofertada.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Água benta, dedos e outras histórias

por Carlos Moura

Amanhã é o Dia dos Namorados e muitas pessoas estão à espera de um milagre para a salvação da vida amorosa. Outras vão mesmo é comemorar. Afinal, vivemos tempos felizes como nunca antes na História do nosso Brasil.


Talvez seja por isso que muita gente anda colocando os dedos, não na água benta, mas em outras águas menos límpidas, acreditando, como a moça feia em “A Banda”, de Chico Buarque, que a banda toca pra ela.

Criticar quem coloca o dedo na água benta, como fez recentemente o mais alto dignatário da República, pode ser perigoso porque, a qualquer descuido, lá se vai o dedo.

Mas, na nossa República, há dedos que são mais iguais que outros no direito de escolher a água benta, principalmente dedos que têm bons padrinhos de batismo.

Faz tempo que no Brasil a melhor pia de água benta é o Tesouro Nacional, aquele formado pelo nosso dinheiro dos tributos. Vejamos o caso da Varig, que ganhou o mundo na bacia das almas da escandalosa falência da Panair do Brasil, orquestrada pelo governo do presidente Castelo Branco e voou durante muitos anos em céu de brigadeiro, sendo altamente protegida pelo governo federal.

Mas um dia a fonte secou e caiu no solo, sem condições de voar com qualquer tipo de vento ou céu.

Admitindo que o Brasil precisa ter uma empresa aérea internacional forte, podemos aceitar a intervenção do Estado para garantir sua existência, mas daí a fazer tudo por vias tortuosas, sem que os planos de vôo sejam conhecidos pelas torres de controle dos contribuintes, fica complicado.

Como, também, é complicado imaginar que nunca um avião vai pousar para reabastecer, ou seja, ficar à vista de todos. É isso que está acontecendo com a novela sem fim da Varig. Agora, o avião está no solo e todo mundo pode vê-lo.

Nos próximos dias, veremos muita gente que colocou os dedos e muito mais na água benta nos brindar com muitas histórias tão verdadeiras como os ETs de Varginha e para quem não acreditar, só restará ter muita fé no papel divino dos padrinhos e na sua capacidade de multiplicar os pães, mesmo sem o trigo argentino.


Carlos Moura escreve às quartas-feiras

Sindicato combate fraude em DPVAT com orientação nos Municípios

O Sincor-RS e a Centauro Seguradora vão participar do 28º Congresso dos Municípios, com um estande que divulgará o serviço gratuito de orientação para retirada do seguro DPVAT. O evento é promovido pela Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul, nos dias 18 e 19 de junho, no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael – Porto Alegre, com o tema “Segurança Pública: Responsabilidade de Todos”.
Os prefeitos, secretários municipais e vereadores participantes receberão cartazes e folders explicativos sobre os direitos das vítimas de acidentes de trânsito e seus beneficiários. “Vamos mostrar o serviço de responsabilidade social do Sindicato, ao lado da Centauro. Atingiremos os representantes do poderes executivo e legislativo municipais de todo Rio Grande do Sul, orientando sobre como deve-se proceder em relação ao DPVAT”, destaca o presidente do Sincor-RS, Celso Marini.

Apoio à campanha
Em audiência realizada, no dia 6 de junho, o secretário-adjunto da Segurança Pública, Dagoberto Albernaz Garcia, recebeu o presidente do Sincor-RS acompanhado do secretário executivo, José Pedro Tonin .
Marini solicitou apoio da SSP na divulgação de cartazes e folders que esclarecem sobre o benefício que DPVAT oferece em caso de acidentes com veículos automotores terrestres. O Sincor-RS disponibilizou o número gratuito 0800-512394 para o esclarecimento de dúvidas.
Garcia garantiu que a secretaria vai prestar apoio na logística de distribuição do material de divulgação em delegacias de polícia e quartéis da Brigada Militar. O secretário-adjunto classificou a divulgação como um serviço de interesse público, pois esclarece à população sobre seus direitos no uso do seguro obrigatório.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Ser “one of us”: o desafio de Obama

Por Maurício Moura

Outro dia me peguei conversando na rua com um americano que vestia a camisa do candidato do Partido Republicano, John McCain. O senhor deveria ter os seus sessenta e muitos e, com extremo entusiasmo, fazia campanha nas ruas de Washington. Perguntei como um candidato do partido do governo cujo índice de reprovação se aproxima dos 80% poderia ter alguma chance de ganhar a eleição. A resposta foi a seguinte: “He is one of us!” (Ele é um dos nossos!).

E essa resposta traduz o maior desafio do candidato democrata Barack Obama.

Barack Obama foi indicado candidato por conseguir conquistar fundamentalmente dois extremos da população americana (que representaram 85% dos votos conseguidos nas primárias). De um lado, um grupo jovem, altamente escolarizado, alta renda, que compreende muito bem o significado das políticas de George Bush e as suas mazelas para os Estados Unidos e para o mundo, e que buscam um novo rumo na condução de Washington com o fim da Era Clinton-Bush. No outro extremo, estão os eleitores de baixíssima renda, a maioria classificados como “african-americans” (afro-americanos) que enxergam a conquista da Casa Branca pelo senador de Illinois como uma vitória social e, em alguns casos, um triunfo racial.

O problema, e desafio para ele aterrissar na Casa Branca, reside no fato de os Estados Unidos ainda serem uma nação formada essencialmente por uma classe média branca altamente nacionalista, cuja visão ainda não os permite distinguir com convicção se a capital do Brasil é Buenos Aires ou Rio de Janeiro, e que, mesmo sofrendo no bolso com a crise da economia, ainda enxerga em figuras como John McCain (veterano de guerra, pele branca e cabelos grisalhos) um possível guardião da estabilidade social e “moral”.

O senador Obama terá até novembro para convencer os americanos de que ele legitimamente os representa e os republicanos usarão todos os argumentos possíveis, como idade, pouca vivência internacional e falta de experiência administrativa, para distanciá-lo dos eleitores. E não tenham dúvidas: essa disputa não é sobre governo X oposição, o governo Bush já está reprovado. A questão é saber se Obama pode ser considerado ou não “one of us”.

Maurício Barros de Moura é economista pela FEA-USP e mestre em Economia pela Universidade de Chicago.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

CQCS faz cobertura especial do Workshop de Seguros, em Gravatá

Gravatá, cidade distante 85 quilômetros do Recife, e que fica a aproximadamente 700 metros de altitude, assume, nesta sexta-feira, o posto de “Capital Nacional do Seguro”. Isso porque está sendo realizado no município o “Workshop de Seguros em Pernambuco”, evento promovido pelo Sincor-PE, Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste e Escola Nacional de Seguros (Funenseg). O CQCS fará cobertura especial do encontro.

As personalidades que marcarão presença e comandarão debates no encontro comprovam a grandiosidade do evento: “o Workshop será diferenciado, pois reunirá autoridades do seguro de todo o país. E esse fator lhe confere uma importância e valor muito maiores”, afirma o presidente do Sincor-PE, Carlos Valle.

A diretora social do sindicato, Cláudia Cândido, acrescenta que esse será um encontro inédito onde os pernambucanos “vão poder discutir assuntos novos e compartilhar experiências únicas como as que relatar Armando Vergílio dos Santos Junior, superintendente da Susep”.

Outros nomes que merecem destaque é o do presidente e do diretor financeiro da Fenacor, Roberto Barbosa e Cláudio Simão, respectivamente. Barbosa discorrerá sobre o tema “Responsabilidade Civil do Corretor de Seguros”. Simão profere palestra sobre “Cooperativas de Corretores de Seguros”.

O microsseguro, assunto amplamente abordado na mídia e que desperta tantos questionamentos, também será tema de palestra. Quem comanda a conversa é o membro do comitê de microsseguros da Fenaseg, José Luiz Valente.

A abertura no resseguro também será destacada no workshop. Caberá à diretora de assuntos institucionais e resseguro da Fenaseg, Maria Helena Bidino, elucidar pontos e discutir questões sobre esse assunto.

O evento também conta com uma programação cultural neste sábado. No roteiro, visita a Caruaru e compras na feira de artesanato de Bezerros.

Guerra é guerra, no coração do país

por Carlos Moura

"Com ironia, o articulista do DG pensa o que fazer com sua ascendência indígena: pedir um pedaço de terra roxa, ganhar um terreno de frente para o mar ou pleitear um passaporte europeu."

Ao ver o cacique caiapó afirmar que irá à guerra contra o Brasil, se esse país decidir construir barragem em Belo Monte, fiquei perplexo. E agora? Mas logo me lembrei que, quando menino, ouvi de minhas tias-avós que tenho ascendência indígena, só não sei qual é a minha nação! Isso me permite pensar mais livremente; por exemplo: aproveitando as demarcações de terras indígenas, posso ganhar alguns alqueires de terra roxa no interior de São Paulo para plantar cana ou um terreno de frente para o mar no litoral Norte. Ou será o caso de pleitear junto às centenas de ONGs que cuidam dos índios, um passaporte europeu, como já tem alta dignatária da nossa República? Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã.

Logo em seguida, percebi que não é caso de guerra, mas de análise de investimentos, pois li nos jornais que a cada R$ 1 doado ao PT, empresas receberam R$ 54 no ano passado via contratos com a União, a inimiga dos caiapós.

Seguindo no livre-pensar, gostaria de convocar o Caiapó com seu facão para – como representante dos povos indígenas – participar como membro das CPIs do Congresso. Assim poderíamos entender como se originam atos falhos que levam experientes funcionários públicos e quadros do partido governista a enviar “banco de dados seletivo” por e-mail para assessores de parlamentares da oposição. Ou ainda, conseguir mais informações daquele senhor de gravata borboleta – ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil – sobre como gerar recursos não contabilizáveis para o mesmo partido governista. E agora, o BB quer comprar a Nossa Caixa, para quê? Existem as mais variadas explicações a favor e contra. Eu, pessoalmente, sou contra bancos estatais. As boas intenções originais dessas instituições não resistem a dez minutos de conversa para a conquista de apoios políticos. E, no final, quem paga a conta? Nós, os cidadãos brasileiros, que nunca podemos nos esquecer dos US$ 9 bilhões do rombo do Banespa no início dos anos 1990 e a enorme operação montada para salvar o BB um pouco depois.

Enquanto isso, os planos para a vingança pela derrota na renovação da CPMF, no final do ano passado, correm soltos e com muito mais livre-pensar que a guerra Caiapós versus Brasil.

Até parece que o mundo não mudou

por Maurício Moura, da Redação

Nem Barack Obama, nem Hilary Clinton e muito menos o nobre presidente George W. Bush. O grande nome do momento nos Estados Unidos é o Indiana Jones, retornando depois de praticamente 20 anos fora das telas. E, vale lembrar, que, antes, já reapareceram nas telonas Superman, Rocky Balboa e Rambo (com alguns quilos e plásticas a mais, é verdade, mas com a mesma quantidade de neurônios).

Os mais simplistas diriam que nada mudou na Humanidade ligada em Hollywood e seus personagens tradicionais. Afinal, Clark Kent continua com o mesmo jeito perdido, Stallone segue apanhando e chorando nos filmes e Harrison Ford ainda abriga o mesmo carisma e o chapéu dos velhos tempos. Os economistas da era digital certamente discordam.

Somente no final de semana de estréia do filme, aqui nos Estados Unidos, Indiana Jones IV faturou US$ 125 milhões de dólares nos cinemas. Parece muito? Nesse mundo da economia digital, certamente não.

Antigamente, os filmes faturavam nas bilheterias, na venda para exibição na TV, no aluguel e na venda de fitas de videocassete, e cobravam muito por isso. Uma fita do “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida” chegou a custar, em valores de hoje, US$ 180. Grandes sucessos de bilheteria ficavam quase seis meses em cartaz nos cinemas (algo fora do comum atualmente) e chegavam à TV somente quatro anos depois.

Atualmente, ganhar dinheiro com cinema passou a ser um desafio porque cada vez mais o custo para o consumidor final de reprodução de um filme fica menor e segue despencando. Para assistir a qualquer grande sucesso de Hollywood, basta fazer um download na internet, a praticamente zero de custo. Os filmes ficam muito menos tempo em cartaz porque logo perdem o interesse, em função da rápida disseminação pela internet.

Com isso, Hollywood teve de se reinventar. De um lado, cortou enormemente custos com a utilização maior de computação gráfica nos filmes. De outro, criou hits que fossem além de um filme somente e pudessem ter faturamento em diversas frentes, como, por exemplo, série de DVD de colecionadores, livros, brinquedos, blogs, quadrinhos, roupas, etc. Maiores casos desse tipo de abordagem são “Harry Porter” e “O Senhor dos Anéis”.
Maurício Barros de Moura, economista pela FEA-USP e mestre em Economia pela Universidade de Chicago, escreve às segundas-feiras

Seguradoras, Bancos e Canais de Distribuição

Na semana passada a publicação da noticia “Sul America fecha acordo de 500 mi com o BV” causou um alvoroço maior que o esperado.
Sempre que surge um novo canal de distribuição de seguros tomamos o cuidado de divulgar em destaque para que os Corretores de Seguros de NOSSA Comunidade saibam quem são os novos concorrentes que chegam ao mercado.
Eu, pessoalmente, acho que quanto mais gente QUALIFICADA vender seguro, melhor.
Acho que lojas de departamento e empresas de distribuição de serviços públicos trazem para a indústria do seguro clientes que não poderiam comprar seguro de outra forma, já que um boleto bancário custa mais de R$-4,00 e um debito em conta quase R$-2,00.
E com tanta migração para cima nas classes sociais, estes clientes das classes C, D e E, quando alcançarem a classe C, B ou A já chegarão com mais cultura de consumo do NOSSO produto do que os atuais segurados.

Assisto, calado, as reações, autorizo publicação de matérias sobre a reação dos Corretores de Seguros a estas mudanças e, nas minhas palestras estimulo a cada profissional a encontrar o nicho onde o seu valor é mais percebido e que fuja da relação de seguro apenas pro preço.
Alias, quem me conhece sabe que eu acho que já passou da hora de uma nova regulamentação enquadrando estes novos canais de distribuição, alem das Plataformas e Cooperativas, no Sistema Nacional de Seguros, tornando a competição um pouco mais justa e buscando garantir o sustento do pequeno Corretor e do produtor Profissional de Seguros.
A cada publicação de novos canais alguns Colegas se manifestam e achamos isto sadio.
Mas ao publicar a matéria em epigrafe achei a reação BEM MAIS FORTE do que as demais.
Alias, paradoxalmente, das maiores Cias do mercado, apenas a Bradesco Seguros, que disponibiliza as suas agencias exclusivamente para Corretores de Seguros venderem seus produtos, eu ainda não vi distribuindo produtos via canais de distribuição.
Segundo um grande amigo meu, segurador de primeira linha em Cia top 3 do Brasil, “Segurador que não tem banco vendendo seus seguros é por falta de sorte ou de competência”. Portanto, EU ACHO, que não foi a novidade de mais um banco ou financeira vendendo seguros. O Corretor já está acostumado.
Com certeza a operação é legal.
Tem até um Corretor no negócio, o que não é obrigatório, segundo a nossa legislação.
Então o que “pegou” na matéria?
A lembrança de que a Sul América é a seguradora do Banco do Brasil?
Desculpe isso não é novidade e muito menos ilegal...
Eu acho que foi a forma como foi feita esta divulgação.
Me fez lembrar do barulho causado pela “cromoterapia”, um ajuste normal de condições para cada padrão de Corretor, apresentado de forma desastrosa e que causou o maior barulho alguns anos atrás.
Não posso também esquecer a famosa, e tão citada nas manifestações dos Corretores à matéria do BV, “readequação”. Onde mais uma vez, uma ação necessária para o bom andamento da Cia, e garantia dos segurados, empregados e acionistas, negligenciou as situações atípicas e causou um bom estrago ao bom nome da indústria e da Cia. O que poderia muito bem ter sido feito de uma forma melhor.
Tenho dado palestras para a Sul América e sou testemunha da qualidade de relacionamento com o Corretor que a linha de frente tem. Tanto a estrutura própria, quanto as empresas que os representam.
Todos sabem que sou fã e Grande Amigo de João Alceu de Amoroso Lima e não deixo de a cada novo balanço, com melhores resultados, ligar para ele e relatar o meu regozijo de ver a área de Saúde dando tanto “gosto” para a Cia.
E de tudo que foi publicado na matéria, só ficou uma dúvida:
Em um mercado onde muitos clientes fazem questão de manter o seu Corretor, que quase todas as concessionárias e financeiras tem suas próprias Corretoras e parceiras de Seguro e que quem compra um auto em 60 meses raramente está pensando em como vai pagar a 3ª parcela, como é que esta operação vai gerar R$-500.000.000,00 em prêmios?

Nós quem, cara pálida?

por Carlos Moura

Muitos se lembram do famoso episódio do velho oeste, quando Zorro e Tonto se viram cercados por centenas de milhares de índios e Zorro disse para Tonto: “Estamos perdidos!” e Tonto respondeu “Nós quem, cara pálida?”

Atualmente, no Brasil, várias vezes esse episódio me vem à mente, principalmente quando leio sobre a nossa política externa.
O assessor especial para assuntos internacionais do presidente Lula, M. A. Top Top Garcia, disse o seguinte no XIV Encontro do Foro de São Paulo, no Uruguai, faz pouco dias: “Tivemos recentemente grandes descobertas de petróleo em nosso litoral. Nós queremos produzir uma parte disso. Mas queremos também que a América Latina participe da produção petrolífera, que tem de ser um instrumento que alavanque não só a economia brasileira como também a de toda região”.
Nós quem, cara pálida?!!

A decisão sobre a exploração e o uso de nossas reservas petrolíferas não cabe ao partido no poder, mas aos brasileiros em geral. O monopólio do petróleo é da União e é exercido pela Petrobras, que ao longo dos anos, às vezes, age como um país aliado do Brasil.

O curioso é saber qual o mandato que tem o sr. Garcia para fazer tal afirmativa e, também, saber quem patrocinou sua ida ao Foro de São Paulo? Quem sabe foi: (a) recursos próprios; (b) recursos do PT; (c) recursos do Erário ou (d) recursos não contabilizados?

Ao mesmo tempo, saiu a decisão definitiva da OMC a favor do Brasil na disputa com os EUA sobre os subsídios para o algodão e os quadros dominantes do nosso Itamarati, fiéis à sua ambição de adaptar o Brasil e o mundo a seus projetos políticos, trabalham sempre pensando na cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e acreditando nas boas intenções dos EUA, pátria do “business is business”. Mas a vida continua e não vemos crescer o número de tratados bilaterais de comércio entre o Brasil e outros países, muitos dos quais são nossos concorrentes no comércio internacional e têm firmado vários tratados, garantindo mercados para seus produtos.

E nós – brasileiros – sempre generosos, vamos sendo cercados pelos adversários e ouvindo “Nós quem, cara pálida?”