segunda-feira, 19 de julho de 2010

Seguros para pequenas empresas indenizam até perda de lucros

Por Pedro Duarte

Segundo o Sebrae-SP, as micros e pequenas empresas (MPEs) respondem por mais de 90% das empresas no Brasil, 67% dos postos de trabalho e 20% do PIB. Com uma previsão de alta do PIB de quase 7% em 2010 e de um cenário com inflação sob controle e taxa desemprego em queda (7,5% no início de maio), os empresários de pequenos negócios se deparam com um quadro amplamente favorável para ampliação do crescimento.

"É nesse contexto que os seguros se tornam instrumentos adequados para prevenção contra diversos tipos de riscos, visando garantir a manutenção das atividades com coberturas para incêndio e roubo e até para greves e perda de lucros por um determinado período, por exemplo", explica o especialista Carlos Barros de Moura, da BarrosDeMoura & Associados.

Ele acrescenta que "cada tipo de negócio recebe das seguradoras uma análise de riscos específica que vai impactar no preço dos seguros contratados, mas de maneira geral os valores cobrados compensam o investimento".

Simulações

O especialista aponta que o pacote de seguros destinado a pequenas empresas pode ser composto com algumas coberturas que são indicadas para todo tipo de negócio, independente do setor de atuação ou perfil do público consumidor.


É o caso, por exemplo, da proteção para incêndio, raio e explosão, que para um valor máximo indenizável de R$ 500.000,00, custa em média R$ 433,50 por ano. A cobertura para danos elétricos e curto circuito fica em R$ 95,04, enquanto a prevenção para vendaval, granizo e impacto de veículos (ambos com indenizações máximas de R$ 15.000,00) sai por R$ 43,30 anuais.

"O importante é o empresário saber que ele deve consultar seu corretor de seguros para determinar as coberturas mais adequadas ao seu negócio e compor um pacote realmente alinhado com sua atividade", complementa Barros de Moura.

Entre as coberturas disponíveis, os empresários podem acoplar proteção para vidros, anúncios e luminosos, equipamentos eletrônicos, responsabilidade civil decorrente das operações, entre outras.

No caso de um estabelecimento comercial, a responsabilidade civil pode ser acionada se algum cliente escorrega e cai, deixando a loja no alvo de uma eventual ação por danos morais. O seguro, nesse caso, arca com o pagamento das indenizações na Justiça se a empresa for condenada.

"Também na hipótese de a empresa sofrer algum tipo de bloqueio ou impedimento de acesso que interrompa suas operações por um período, o dono do negócio poderá ser indenizado pelo seguro de lucros cessantes até o valor máximo contratado", lembra Barros de Moura.

Confira no quadro abaixo as coberturas indicadas com o custo equivalente para determinados limites de indenização. No total, para um pacote completo de soluções, o preço final é de aproximadamente R$ 5,4 mil, que para a maioria das seguradoras podem ser parcelados em quatro vezes sem juros e valem para um ano de vigência do contrato.

Seguros para pequenas empresas *
Cobertura Valor Indenizável (R$) Preço (R$)
Incêndio, raio e explosão 500.000,00 433,50
Danos elétricos e curto circuito 15.000,00 95,04
Vendaval/granizo/impacto de veículos 15.000,00 43,20
Vidros/anúncios luminosos 10.000,00 202,50
Roubo/furto qualificado 100.000,00 3.888,00
Equipamentos eletrônicos 10.000,00 32,40
Responsabilidade civil 100.000,00 315,00
Perda/Pagamento de aluguel 150.000,00 130,05
Lucros cessantes decorrentes da básica 250.000,00 320,75
Total 5.460,44

*Estabelecimento comercial localizado no centro de São Paulo

terça-feira, 6 de julho de 2010

Gerenciar riscos: uma aposta de lucro

Por Eliane Leite

Garantir a idoneidade da carga durante o transporte até o consumidor final não é tarefa fácil para muitas empresas. Primeiro porque o Brasil apresenta condições precárias no que diz respeito às rodovias. Segundo um levantamento da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), 63,9% das estradas têm asfalto de má qualidade, além da falta de sinalização e acostamento, o que acarreta em um alto índice de acidentes.

Além disso, há a questão do roubo de cargas, que contabilizou ao País um prejuízo de, aproximadamente, R$ 1 bilhão apenas em 2009, de acordo com informações da NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). Foram 13.500 ocorrências no ano.
Em razão disso, a busca por seguros cresce visando suprir os prejuízos ocasionados por esses fatores. Carlos Barros de Moura, da Consultoria BarrosDeMoura e Associados, ressalta que todos “querem proteger o seu patrimônio”.

Embora no ano passado o saldo de prêmios nos seguros de transportes de mercadorias tenha caído em 9,5%, em razão de um cenário econômico desfavorável para a contratação de serviços, neste ano o setor verifica uma significativa melhora no mercado.

Apenas no primeiro bimestre, o incremento na venda de produtos foi de 15,4%, com prêmios de R$ 291,5 milhões. O seguro de transporte nacional foi o grande responsável pela alta na demanda, com crescimento de 19,1%; no que se refere a seguro de responsabilidade civil do transportador rodoviário de carga, a superação foi de 21,9%, de acordo com dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

No entanto, o segmento continua com um desafio: aumentar o volume de contratações de seguros de importação e exportação, que manteve as vendas paralisadas em R$ 37 milhões, aproximadamente, no início do ano.

Contratação: pontos importantes

Para Moura, toda essa movimentação no setor é muito importante e revela que a economia está se recuperando e que os transportadores estão interessados em aprimorar os seus serviços e garantir qualidade. Porém, ao contratar um serviço de seguros é preciso atentar para certos cuidados, para que o investimento não reverta em prejuízo.

Na opinião do executivo, o seguro de transporte deve ser visto “como um mecanismo de apoio ao comércio, à circulação de mercadoria”, diz. Basicamente, três tipos de produtos estão disponíveis no mercado, um feito pelo embarcador e dois pelo transportador: seguro de transporte nacional - para o dono da carga e obrigatória -, RCTR/C (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga) - feito pela empresa de transporte, cobre prejuízos de responsabilidade do próprio transportador, como colisão, capotamento e outros -, e RCF-DC (Responsabilidade Civil – Desaparecimento de Carga).

Moura alerta que “o diferencial está na qualidade e quantidade dos serviços prestados. Os serviços precisam ser ágeis e simples para reduzir custos com retrabalhos”, observa. Segundo ele, devem ser avaliadas “a capacidade da seguradora de subscrever riscos grandes e complexos, a agilidade no atendimento a consultas, transparência, flexibilidade e garantia do melhor negócio com custos atrativos”, explica.

Além disso, o segurador deve estar apto a aceitar riscos em todos os segmentos de mercado e, de preferência, oferecer serviços de gerenciamento de risco, “que não necessariamente se resumem à escolta e rastreamento de carga”, observa o consultor.

Gerenciar riscos

Calcular todas as possibilidades de risco no transporte da carga, otimizar processos logísticos e ter total controle do processo de entrega são algumas das principais características que norteiam o trabalho de gerenciamento de risco que, na opinião de Barros, é o que deve demandar maior procura no futuro.

Dentro do ciclo que integra a atividade, Barros explica que as empresas devem oferecer ampla gama de possibilidade de proteger a carga que será transportada, e isso revelará a capacidade da empresa de, realmente, gerenciar o negócio. Ele pontua: “o segurador deve fazer entrevistas nas empresas, levantar dados de procedimentos, oferecer, inclusive, cuidados com a arrumação da carga dentro do veículo, estudar rotas evitando a probabilidade de acidentes e também de roubos, entre outros fatores”, diz. “Estudos indicam que aproximadamente 70% dos sinistros no transporte de cargas podem ser evitados com planos eficazes de gerenciamento de riscos”, alerta o executivo.

Para ele, atualmente, “é muito mais interessante para o transportador trabalhar no sentido de evitar prejuízos, principalmente com o pagamento de indenizações”. Nesse sentido, as companhias de seguros se desdobram para oferecer a melhor opção de seguro para o cliente. Hoje, muitas empresas buscam inclusive integrar a tecnologia ao serviço prestado, por exemplo com “sistemas que informam pontos de alagamentos e congestionamentos para que o motorista evite transitar em pontos críticos”, conta Barros.

O consultor considera que uma qualificação a nível internacional também deve ser um diferencial. “Quando se fala de importação e exportação, a empresa que tem parcerias no mercado externo certamente apresenta um serviço mais facilitado para o cliente. E, com isso, oferece mais agilidade nos processos”.

“Nas operações de comércio internacional, o seguro de transportes tem uma importância muito especial, porque dá condições aos exportadores e importadores de elaborar um melhor planejamento dos seus fluxos de negócios”, considera.

Fonte: WebTranspo