sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Resseguradoras podem contribuir com a expansão do ramo Vida

Por Marcia Alves

Para o diretor da Scor Global Life, Ronald Kaufmann, a recente crise econômica mudou os rumos do mercado de seguros mundial, funcionando como um "freio de arrumação". Por conseqüência, os consumidores se tornaram mais cautelosos e os reguladores de todo o mundo passaram a ser mais exigentes com nível de solvência das empresas e o capital, antes farto, se tornou caro.

Kaufmann foi um dos palestrantes no Seminário "O Resseguro de Vida após a abertura do Mercado", realizado pelo CVG-SP, em 29 de julho, no Braston Hotel, em São Paulo (SP). Ele observou que, apesar dos efeitos mais negativos já terem arrefecido, ainda é cedo para se afirmar que estamos diante de uma nova ordem mundial.

"Diria que estamos em uma nova bolha". O Brasil, que não sofreu grandes impactos com a crise, na sua visão, não está completamente dissociado da nova realidade. "Aprendemos a gerenciar o perigo, mas a fase de ter cuidado ainda não terminou", alertou.

Mas, se por um lado a longevidade dos brasileiros aumentou e a venda de produtos de vida e previdência cresceu, por outro, não houve grandes mudanças nessa área. "A carteira de vida continua, sem grandes revoluções. Não houve um trabalho de gerenciamento, por exemplo, para ocupar os espaços deixados pela seguridade social", analisou.

Comparado aos demais países da América Latina, o Brasil ainda consome pouco resseguro de vida. Dos negócios gerados na carteira, apenas 1,5% são ressegurados, enquanto que na Argentina esse índice é de 2% e no México e na Colômbia, 5%. "O mercado é novo", justifica Kaufmann. Mas, ele também observa que alguns grandes resseguradores ainda não estão presentes no país.

Embora vida e previdência tenham apresentado um crescimento expressivo, a penetração desse segmento é de apenas 1,5% e no ranking mundial ocupa a distante 23ª posição. Kaufmann interpreta esses números como uma grande oportunidade para o segmento aumentar o seu espaço. Da mesma forma que vê na tendência de maior concentração uma oportunidade para a exploração de novos nichos.

"Nesse momento, os resseguradores podem ser parceiros das seguradoras na oferta de conhecimento, tecnologia e recursos", diz. "Esse é o papel do resseguro no mundo todo", acrescenta. Em um cenário futuro de rentabilidade e juros menores, Kaufmann acredita que as seguradoras serão mais exigidas pelo consumidor e terão de ser mais eficientes, reduzindo seus custos de distribuição.

Os resseguradores podem ajudar o segmento, segundo ele, com soluções de produtos inovadores e adequados à poupança de longo prazo e longevidade (como é o "Dependência de Longo Prazo", desenvolvido pela Scor), com soluções de risco "annuities" (renda vitalícia), com soluções de capacidade (carteiras de benefícios atuais e futuras, solvência etc.) e de serviços (TeleUnderwriting, Direct Marketing etc.).

Fonte: Midiaseg

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Seguro barato e sob medida para construção ou compra de imóvel

Por Pedro Duarte

Destinado a construções de todos os portes e finalidades, produto contempla diversas coberturas e custa pouco mais de 0,3% do valor máximo indenizável


De acordo com o SindusCon (Sindicato da Construção Civil de São Paulo), o setor de construção civil deve crescer 8,8% em 2010 e o segmento imobiliário, responsável por parte significativa dessa expansão, receberá investimento superior a R$ 200 bilhões, contra R$ 170 bilhões no ano passado.

Além disso, o uso do FGTS para compra ou reforma da casa própria bateu recorde e superou, pela primeira vez na história, os saques motivados pela aposentadoria de trabalhadores. Segundo a Caixa Econômica Federal, foram sacados R$ 3,3 bilhões, sobretudo para aquisições e construções no primeiro semestre de 2010, 26% a mais do que no mesmo período de 2009.

Nesse contexto, os consumidores podem contar com um seguro que protege as obras durante sua execução: o seguro de riscos de engenharia, que é oferecido pela maioria das seguradoras do país.

O especialista Carlos Barros de Moura, da BarrosDeMoura & Associados, confirma que o seguro de riscos de engenharia, ao contrário do que muita gente pensa, não é só aplicável às grandes obras públicas e privadas. "Até mesmo na construção de uma residência, em terreno com obras vizinhas, o produto tem papel muito importante".

Para Barros de Moura, "a construção civil com foco na redução do déficit habitacional, num cenário com economia aquecida e boom da construção civil, tornou esse seguro cada vez mais importante para os consumidores que desejam segurança e tranquilidade na proteção de obras de todos portes e finalidades".

Na apólice para construção de uma residência, por exemplo, o seguro contempla coberturas para despesas extraordinárias, tumultos, desentulho do local, incêndio após entrega da obra, despesas de salvamento e contenção, danos morais em decorrência de responsabilidade civil etc.

"A cobertura de responsabilidade civil é importantes para os casos de eventual desmoronamento ou acidente que cause problemas a terceiros. Com o pacote completo que um consumidor pode adquirir, para um limite máximo indenizável de R$ 1 milhão, o custo do seguro fica em torno de R$ 3,5 mil, ou seja, pouco mais de 0,3%", calcula Barros de Moura.

Para os que vão comprar um imóvel na planta, ele dá um conselho importante: verificar se a construtora ou incorporadora tem o seguro de riscos de engenharia para o empreendimento. "Trata-se de uma forma de garantir o bom andamento da obra e a entrega do imóvel porque a seguradora faz o acompanhamento da construção e tem até o poder de interferir na execução caso algo saia do plano pré-estabelecido".

Barros de Moura lembra ainda que os consumidores devem procurar a ajuda especializada de um corretor que domine a lógica desse ramo de seguro. "É preciso entender também quais são as reais necessidades dos clientes, dentro dos parâmetros de uma análise de riscos muito bem estruturada, para oferecer um seguro completo e sob medida".

Fonte: Midiaseg

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

É possível vender seguro por meio das redes sociais?

Por Márcia Alves

Para quem se esforça para acompanhar as novidades que fazem parte da web, pode ser angustiante ouvir de um especialista em mídias digitais que a comunicação por e-mail já está ficando ultrapassada e que o formulário de contato, adotado em muitos sites, é obsoleto. Junior Wn, da Agência A1 Brasil e criador do premiado blog "Papo de Homem", disse tudo isso e ainda apontou a tendência de as redes sociais se tornarem o maior canal de relacionamento entre as empresas e seus clientes. Ele participou do III Seminário Internacional de Marketing e Vendas - Vida e Previdência, promovido pela Federação Nacional de Previdência e Vida (Fenaprevi), em 8 de julho, na capital paulista.

O poder das redes

De acordo com Junior Wn, uma pesquisa realizada pela Century revelou que 79% dos executivos de médias empresas esperam ver suas receitas aumentadas por meio de ações em redes sociais. Algumas grandes empresas já utilizam as redes sociais para divulgar sua marca e saber o que os consumidores pensam, além de oferecem produtos.

Qual é o tamanho das redes sociais? Junior Wn forneceu números que demonstram a expansão desses meios de comunicação. Atualmente existem mais de 200 milhões de blogs no mundo, número maior que a população brasileira. Apenas entre janeiro e fevereiro deste ano, o twitter cresceu 1.382%. Para assistir todos os vídeos postados no Youtube seriam precisos 412 anos. O flickr abriga uma foto para cada duas pessoas do planeta. Entre os usuários de internet, 73% possuem blog, do restante, 43% já iniciaram seus blogs e 48% recebem feeds de blogs.

E o que isso muda? De acordo com Junior Wn, a ascensão das redes sociais promoveu maior interatividade na comunicação entre consumidor e empresas. Conforme os dados que apresentou, 91% dos usuários de Internet compram produtos por recomendação de amigos e apenas 7% por causa da propaganda do produto. "Na mídia social, você deixa de ser apenas um transmissor de mensagens para se tornar receptor também. Hoje, pode-se entrar no site de uma marca e dizer o que se pensa dela", explica.

Na visão de Junior Wn, um único usuário de twitter que tenha, por exemplo, 400 seguidores, pode representar 400 prospects para uma empresa. Para ele, as redes sociais não são capazes de persuadir os usuários a gostar de uma marca, mas podem influenciá-los.

Seguro pela rede

Não adianta usar as redes sociais apenas para descrever o produto de uma empresa. Segundo Junior Wn, é preciso mostrar o quanto a marca pode inspirar. "Se disser que meu seguro custou R$ 2 mil não inspiro ninguém. Mas, se convidar para um workshop, por exemplo, que mostre os benefícios do seguro e o retorno à sociedade, então estarei engajando as pessoas", explica.

De acordo com o especialista não são marcas ou produtos que movem os usuários das redes, mas causas. "Temos mais chances de influenciar as pessoas por uma causa", disse. Outra regra importante das redes é ouvir. "Esse é grande paradigma quebrado pelas redes: temos de ouvir antes de falar", disse.

Junior Wn mostrou exemplos de sites de seguros americanos que não divulgam diretamente os seus produtos, mas inspiram as pessoas a conhecê-los. O site da State Farm, por exemplo, não trata de seguros, mas acabou engajando milhares de pessoas numa campanha para perda de peso. A empresa também criou dentro do facebook uma comunidade com dicas sobre carreira e busca de empregos.

O especialista encerrou sua apresentação dizendo que youtube, Orkut, twitter, facebook e outros devem substituir o velho formulário de contato, presente em muitos sites, e até o e-mail.

Contato pessoal

"Confesso que me senti angustiado diante de tamanhas novidades", disse o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo. Para o presidente da Câmara dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo, Pedro Barbato Filho, as redes sociais podem ser usadas para divulgar a imagem do seguro, mas jamais para a venda. "Os produtos de seguros são complexos e requerem o contato pessoal do corretor", disse.