Para o diretor da Scor Global Life, Ronald Kaufmann, a recente crise econômica mudou os rumos do mercado de seguros mundial, funcionando como um "freio de arrumação". Por conseqüência, os consumidores se tornaram mais cautelosos e os reguladores de todo o mundo passaram a ser mais exigentes com nível de solvência das empresas e o capital, antes farto, se tornou caro.
Kaufmann foi um dos palestrantes no Seminário "O Resseguro de Vida após a abertura do Mercado", realizado pelo CVG-SP, em 29 de julho, no Braston Hotel, em São Paulo (SP). Ele observou que, apesar dos efeitos mais negativos já terem arrefecido, ainda é cedo para se afirmar que estamos diante de uma nova ordem mundial.
"Diria que estamos em uma nova bolha". O Brasil, que não sofreu grandes impactos com a crise, na sua visão, não está completamente dissociado da nova realidade. "Aprendemos a gerenciar o perigo, mas a fase de ter cuidado ainda não terminou", alertou.
Mas, se por um lado a longevidade dos brasileiros aumentou e a venda de produtos de vida e previdência cresceu, por outro, não houve grandes mudanças nessa área. "A carteira de vida continua, sem grandes revoluções. Não houve um trabalho de gerenciamento, por exemplo, para ocupar os espaços deixados pela seguridade social", analisou.
Comparado aos demais países da América Latina, o Brasil ainda consome pouco resseguro de vida. Dos negócios gerados na carteira, apenas 1,5% são ressegurados, enquanto que na Argentina esse índice é de 2% e no México e na Colômbia, 5%. "O mercado é novo", justifica Kaufmann. Mas, ele também observa que alguns grandes resseguradores ainda não estão presentes no país.
Embora vida e previdência tenham apresentado um crescimento expressivo, a penetração desse segmento é de apenas 1,5% e no ranking mundial ocupa a distante 23ª posição. Kaufmann interpreta esses números como uma grande oportunidade para o segmento aumentar o seu espaço. Da mesma forma que vê na tendência de maior concentração uma oportunidade para a exploração de novos nichos.
"Nesse momento, os resseguradores podem ser parceiros das seguradoras na oferta de conhecimento, tecnologia e recursos", diz. "Esse é o papel do resseguro no mundo todo", acrescenta. Em um cenário futuro de rentabilidade e juros menores, Kaufmann acredita que as seguradoras serão mais exigidas pelo consumidor e terão de ser mais eficientes, reduzindo seus custos de distribuição.
Os resseguradores podem ajudar o segmento, segundo ele, com soluções de produtos inovadores e adequados à poupança de longo prazo e longevidade (como é o "Dependência de Longo Prazo", desenvolvido pela Scor), com soluções de risco "annuities" (renda vitalícia), com soluções de capacidade (carteiras de benefícios atuais e futuras, solvência etc.) e de serviços (TeleUnderwriting, Direct Marketing etc.).
Fonte: Midiaseg
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